19/01/23 |   Pesca e aquicultura

Equipe visita comunidades de pescadores artesanais e marisqueiras em Pernambuco

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Foto: Nadir Rodrigues

Nadir Rodrigues - Equipe da Embrapa, IPA e secretários municipais de Rio Formoso em visita a pontos de interesse e comunidades tradicionais

Equipe da Embrapa, IPA e secretários municipais de Rio Formoso em visita a pontos de interesse e comunidades tradicionais

Uma equipe técnica formada por especialistas da Embrapa Alimentos e Territórios (Maceió, AL) e do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA) esteve em Rio Formoso e Barra do Sirinhaém (PE), em 16 de janeiro, para visitar comunidades de pescadores artesanais e marisqueiras. O intuito foi avaliar experiências que possam integrar as ações de pesquisa desenvolvidas no projeto Paisagens Alimentares, coordenado pela Embrapa e financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que visa, principalmente, promover a inclusão socioprodutiva baseada em atividades de turismo sustentável de base comunitária no Nordeste.

Os secretários de Desenvolvimento Econômico e Juventude, Nádia Gomes, de Agricultura e Meio Ambiente, Robson Jerônimo Oliveira, e de Turismo, Edmar Paulo da Silva, entre outros representantes da Prefeitura Municipal de Rio Formoso, participaram de reuniões com a equipe técnica. Eles ainda acompanharam as visitas à Colônia Z7, à Associação da Comunidade Quilombola Engenho Siqueira (ACQES) e ao Assentamento Amaraji, que ficam na Área de Preservação Ambiental (APA) de Guadalupe. Em Barra do Sirinhaém (PE), houve encontros com pescadores locais, na Colônia Z6 e na Associação das Marisqueiras de Sirinhaém (Amas).

O chefe de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Embrapa Alimentos e Territórios, Ricardo Elesbão, explicou a atuação do centro de pesquisa, cujo foco é a conexão entre o alimento, o território, as pessoas e a cultura. Essa conexão e as dinâmicas sociais que ocorrem em torno dos alimentos estão no cerne do projeto Paisagens Alimentares, de acordo com o supervisor de Inovação e Tecnologia, Aluísio Goulart. 

A missão buscou conhecer as experiências e práticas desenvolvidas pelas comunidades tradicionais com o propósito de avaliar o ingresso delas no projeto de pesquisa, em conjunto com outros territórios localizados em Alagoas e Sergipe. Nesses ambientes será estabelecido, de forma conjunta, um modelo de governança sustentável a partir da implementação de estratégias de valorização das paisagens  alimentares. Um dos objetivos do projeto é gerar conhecimento que possa ser compartilhado e aplicado em outros ambientes, especialmente na região Nordeste.

Serão selecionadas cinco experiências pelo projeto, que se constituirão em vivências desenhadas de modo participativo. Estão previstas várias ações de capacitação das comunidades, oferecidas pelas diversas instituições e empresas parceiras do projeto de inovação social. 

Segundo o secretário de Turismo de Rio Formoso, o município reúne vários atrativos que são frutos de um rico processo histórico, apresentando grande potencial para o turismo cultural, histórico e religioso. “Vocês nos trazem esperança com esse projeto”, disse Edmar Paulo da Silva. “Estamos mudando a vida das pessoas”, complementou. A região também possui forte tradição culinária, em que se destaca o funji, prato típico preparado à base de mandioca, herança da cultura angolana.

O gerente de assistência técnica do IPA, Maviael Fonseca de Castro, ressaltou as riquezas ligadas à identidade e à cultura alimentar do município, conhecido como “cidade dos manguezais”. Os representantes do Instituto, Flávia Guimarães de Araújo, Jean Carlos da Silva e João Paulo Viana de Lima, que também integraram a missão e foram responsáveis pelas articulações com as comunidades e os gestores municipais, apontaram a importância de se valorizar a gastronomia local como um resgate da memória e da cultura da comunidade tradicional de pescadores de Rio Formoso.

Para Cláudio Pajeú, da ACQES, o turismo rural e de “manguezal” praticado pela comunidade busca deixar uma marca registrada na memória dos turistas. Ele lembrou que as pessoas estão acostumadas com um tipo de turismo ‘relâmpago’, mas a proposta é oferecer uma experiência diferenciada. “Aqui é pé no chão, mela o pé na areia e no mangue”, contou. A comunidade, em parceria com a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), pratica o turismo pedagógico, em que recebe estudantes para que estes vivenciem o dia a dia dos pescadores, explicou Moacir Correia de Santana, da ACQES.

Em Barra de Sirinhaém, a experiência nos manguezais se complementa com as iniciativas da Amas que, em parceria com o Sesc, também oferece um passeio diferenciado no qual os turistas têm a oportunidade de vivenciar o dia a dia das marisqueiras e depois podem degustar os frutos do mar especialmente preparados para a ocasião. O cardápio inclui aratus, ostras, massunins e sururus, de acordo com Maria Madalena Nascimento. O principal intuito é fazer com que os visitantes valorizem o trabalho da comunidade e os alimentos obtidos do mangue, a partir dessas experiências.

Nadir Rodrigues (MTb 26.948/SP)
Embrapa Alimentos e Territórios

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