13/02/23 |   Mercado de Cultivares e Sementes

Embrapa busca produtores de sementes para novas cultivares de feijão-caupi

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Foto: Ronaldo Rosa

Ronaldo Rosa - Área de produção de sementes da BRS Utinga (grãos brancos)

Área de produção de sementes da BRS Utinga (grãos brancos)

O edital prevê o licenciamento de produtores de sementes interessados em produzir e comercializar as novas cultivares de feijão-caupi (Vigna unguiculata L.) desenvolvidas pela Embrapa: BRS Bené (grãos marrons), BRS Guirá (grãos pretos), BRS Utinga (grãos brancos) e BRS Natalina (tipo “manteiguinha”). As quatro novas variedades apresentadas pela instituição têm elevado potencial produtivo, alta qualidade de grãos e são adaptadas à principais de regiões de cultivo no estado do Pará. 

Os produtores de sementes interessados devem cumprir os requisitos estalebecidos no edital, estar inscritos no Registro Nacional de Sementes e Mudas (Renasem), do Ministério da Agricultura e Pecuária, e manifestar interesse até 17h do dia 14 de março de 2023, pelo e-mail cpatu.spat@embrapa.br. Os selecionados vão estabelecer contrato de parceria com a instituição e estarão aptos para produzir sementes e comercializar para agricultores, órgãos públicos e outros interessados em cultivar ou fomentar a cultura do feijão-caupi no Pará e em outros estados.

Acesse neste link o edital => https://bit.ly/3K0338X


As novas cultivares atendem diretamente à demanda dos produtores paraenses, pois cerca de 90% do feijão produzido no estado é feijão-caupi. A produção paraense é insuficiente para o mercado e a maior parte do feijão consumido localmente vem de outros estados.

Dia de campo


As cultivares BRS Utinga (grãos brancos), BRS Bené (grãos marrons), BRS Guirá (grãos pretos) e BRS Natalina (tipo “manteiguinha”) são inovações para a agricultura familiar e empresarial do estado do Pará. Elas serão apresentadas aos produtores de sementes no próximo dia 15/02, em área de produtor no município de Tracuateua, região Nordeste Paraense.

O feijão-caupi [Vigna unguiculata (L.) Walp.] é um alimento proteico e energético que tem um importante papel na segurança alimentar e nutricional nas regiões Norte e Nordeste do Brasil. Essa cadeia produtiva gera renda e envolve desde o agricultor familiar, pequenos, médios, até grandes produtores em nível empresarial.

Nos últimos dez anos, a produção paraense de feijão sofreu uma queda de cerca de 40%, ficando em 21 mil toneladas na safra de 2021/2022. Desse total, 19 mil toneladas são de grãos de feijão-caupi, de acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). “As novas cultivares podem apoiar a retomada da produção de feijão no estado, atender às demandas locais e fortalecer o segmento da agricultura familiar, além disso, embora ainda não recomendadas para outros estados, elas já despertaram interesse em produtores que carecem de novos materiais mais produtivos e resistentes a pragas e doenças”, informa Bruno Giovany de Maria, chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Amazônia Oriental.

A BRS Natalina é a primeira cultivar de feijão "manteiguinha" do Brasil. Foto: Ronaldo Rosa


Primeira do Brasil
 

A BRS Natalina, feijão-caupi da subclasse manteiga, conhecido popularmente como “feijão manteiguinha” é a primeira cultivar do Brasil. Esse grão, que é uma tradição da culinária paraense e brasileira, é produzido por agricultores familiares em diferentes regiões do estado do Pará.

“A BRS Natalina foi selecionada entre as melhores variedades crioulas cultivadas no Pará, apresenta grãos uniformes e de excelente apelo visual, ciclo médio, alto nível de resistência horizontal aos vírus que ocorrem nas regiões produtoras do estado, além de potencial produtivo superior aos materiais cultivados no campo”, explica o pesquisador Francisco Freire, da Embrapa Amazônia Oriental.

Outro destaque da variedade é o teor médio de 26% de proteína, sendo uma excelente opção para o mercado de proteínas vegetais.

A BRS Guirá é a primeira cultivar de grãos pretos recomendada para o estado do Pará. Foto: Ronaldo Rosa


Alternativa para a “safrinha”
 

Uma das principais oportunidades para as novas variedades desenvolvidas pela Embrapa é a “safrinha” de grãos do estado do Pará. A “safrinha” é proveniente de uma cultura secundária nas lavouras, plantada após a colheita da cultura principal. 

No Pará, em especial no polo produtor de grãos na região de Paragominas, o milho tem sido utilizado nessa situação.  “Os novos materiais de feijão-caupi BRS Bené, BRS Utinga e BRS Guirá possuem porte e arquitetura ajustados a colheita mecanizada, ciclo com cerca de 30 dias a menos do que as cultivares mais precoces de milho e são uma boa opção para a safrinha com intervalo de chuvas limitado”, destaca o pesquisador Rui Alberto Gomes Junior, da Embrapa Amazônia Oriental.

O pesquisador ressalta ainda que a BRS Bené tem elevado potencial de mercado devido à alta demanda de consumo por grãos marrons graúdos. "A última cultivar de feijão-caupi marrom recomendada para o estado é de 1969, então essa nova variedade representa um avanço tecnológico para o campo", afirma.

Em relação à BRS Guirá, o especialista destaca que é a primeira cultivar de feijão-caupi de grãos pretos recomendada para o Pará. Já a BRS Utinga apresenta atributos superiores às variadedades de grão branco-rugoso, atualmente disponíveis aos agricultores paraenses, como produtividade, qualidade de grãos e arquitetura moderna da planta.   


Parceria com a Embrapa
 

Os produtores de sementes interessados em produzir e comercializar as novas cultivares de feijão-caupi da Embrapa devem estar inscritos no Registro Nacional de Sementes e Mudas (Renasem), do Ministério da Agricultura e Pecuária. Serão comercializados neste edital 40 lotes de sementes das quatro cultivares, totalizando 1.950 kg.

Os interessados devem enviar e-mail com o assunto “Comunicado de Oferta N° 05/2023” para o endereço cpatu.spat@embrapa.br, a partir de 14h do dia 15/02/2023 até 17h do dia 14/03/2023. As manifestações serão contempladas por ordem de recebimento até o esgotamento dos lotes. Os selecionados serão parceiros da Embrapa por meio de contrato de licenciamento para produção e exploração comercial de sementes com marca “Tecnologia Embrapa”.

 

Ana Laura Lima (MTb 1268/PA)
Embrapa Amazônia Oriental

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