Após avaliar criteriosamente o desenvolvimento de cultivares, assim como as práticas e os sistemas de cultivo mais adequados, a pesquisa aponta que cerca de 300 mil hectares têm potencial para produção de soja no norte fluminense. Com produtividade que supera até a média nacional, a soja pode ser uma possibilidade para o aproveitamento de terras em processo de degradação na região. Para apresentar as cultivares mais promissoras, detalhes sobre o manejo e a viabilidade econômica da cultura, pesquisadores e técnicos da Embrapa, Pesagro-Rio, UFRRJ e Secretaria Estadual de Agricultura do RJ se reúnem na próxima quinta-feira (16/02) com produtores de Campos, Macaé e outras localidades. A programação do Dia de Campo Pesquisa e Desenvolvimento da Soja no Norte Fluminense envolve ainda visitas às áreas experimentais de produção da cultura e a uma unidade de beneficiamento de soja. “No último ano tivemos um aumento expressivo da área cultivada com soja na região, passando de 350 para cerca de 1000 hectares”, revela o pesquisador Jerri Zilli, da Embrapa Agrobiologia. O pesquisador Benedito Fernandes, da Pesagro-Rio, vê com entusiasmo o avanço da produção de soja na região. “A grande possibilidade da soja deslanchar no norte fluminense será principalmente nas áreas de renovação de cana-de-açúcar e na recuperação de pastagens degradadas”, afirma. A região foi uma grande produtora de cana-de-açúcar por pelo menos três séculos e o estudo mostra que existe uma área potencial que pode ser explorada recuperando terras que, após o ciclo da cana, viraram capim para alimentação bovina ou foram abandonadas. Pesquisa aponta potencial da região O estudo que avalia a viabilidade da produção de soja no norte fluminense começou em 2018 a partir de uma demanda de produtores da região que buscavam cultivares que fossem adaptadas às condições edafoclimáticas locais. Já foram avaliadas mais de 50 cultivares nos municípios de Campos e Macaé e ao menos dez apresentaram bons resultados. “Observamos que o desempenho de algumas cultivares equivalem aos de outras regiões produtoras do País, passando de três toneladas por hectare e chegamos a obter até 6,3 mil kg/ha na safra 2019/2020 no município de Macaé”, explica Zilli. Entre os atrativos para o desenvolvimento da produção estão a logística privilegiada da região, grande centro consumidor, e a possibilidade de exportação de grãos – com o Porto do Açu estruturado para carregamentos de grãos e já realizando importações de fertilizantes, o que pode beneficiar os produtores locais e também a logística reversa para outras regiões. Outro ponto positivo é a cadeia de produção de aves, que, apenas no Estado, consome cerca de 30 mil toneladas de farelo de soja por dia, provenientes de outros estados, assim como a reintrodução de terras num sistema produtivo, que levará a recuperação das áreas tanto ambientalmente como economicamente. Serviço Dia de Campo Pesquisa e Desenvolvimento da Soja no Norte Fluminense Local: Fazenda Santa Helena Horário: 8 às 12 horas Endereço: Rodovia Campos-São Fidélis, RJ 158, Km 15