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Workshop internacional promove interação entre especialistas em avaliação de impactos

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Foto: Wilson Fonseca

Wilson Fonseca -

Cerca de 80 pessoas de diversas Unidades, além de especialistas de diversos países (Colômbia, França, Argentina e Uruguai), participaram na semana passada do workshop em avaliação de impactos da pesquisa agropecuária. O evento foi coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Institucional (SDI) da Embrapa e pelo Centro Internacional de Agricultura Tropical (CIAT). Trata-se da primeira iniciativa do acordo de cooperação em avaliação de impacto entre as instituições.

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De acordo com Flavio Avila, organizador do evento pela Embrapa e supervisor da área de avaliação de desempenho da SDI, os principais objetivos do workshop foram, por um lado, atualizar a equipe envolvida na avaliação dos impactos econômico, social e ambiental da pesquisa agropecuária e, por outro, promover a troca de experiências com os convidados internacionais. “Por meio dessa interação, nos fortalecemos tanto interna quanto externamente. Os convidados do exterior, por sua vez, passam a ter um contato mais estreito com nossa experiência pioneira em avaliar os impactos de maneira integrada com o Balanço Social. Trata-se de uma experiência já com 21 anos, hoje alinhada ao processo de gestão da estratégia e do desempenho”.

A importância da avaliação de impactos

O workshop foi aberto por Renata Bueno, chefe da SDI, Eliseu Alves, assessor da Presidência da Embrapa, Alexandre Amaral, gerente de Relações Internacionais, e Robert Andrade, pesquisador em avaliação de impactos e representante do CIAT, além de Flavio Avila.

Renata Bueno falou sobre a importância do evento para fortalecer a rede de avaliação de impactos da Embrapa com seus parceiros, além de reforçar a publicação do Balanço Social como um caso inovador na gestão pública em CT&I. Alexandre Amaral enfatizou a cooperação técnica dos acordos internacionais, o que também foi reforçado por Robert Andrade. Flavio Avila destacou que o início dos estudos de avaliação de impactos na Embrapa ocorreu na gestão de Eliseu Alves (1979-1985), então presidente da Empresa.

Para Eliseu, um dos principais trabalhos da Embrapa é a avaliação de desempenho institucional, atividade que começou como forma de prestação de contas a instituições internacionais e ao próprio governo brasileiro. Além disso, o ex-presidente ressaltou o papel da prestação de contas da Embrapa para com a sociedade, por intermédio de iniciativas de comunicação. “No Governo Federal, um setor muito importante é a área econômica, e nossa linguagem para com eles passa pela taxa de retorno de nossas atividades. Outro setor importante são os organismos internacionais, que também influenciam sobremaneira o Governo. No entanto, também precisamos comunicar nossos impactos por meio de instrumentos como o Balanço Social”.

Experiências da Embrapa

Os dois primeiros dias do workshop foram dedicados ao relato de experiências da Embrapa na avaliação de impactos. Em sua primeira apresentação, Avila deu uma visão geral dessa atividade na Empresa, metodologias e usos institucionais, destacando a diferença entre bens públicos e bens privados. Os primeiros são oferecidos pelo setor público (no qual se enquadra a Embrapa), atendem a toda a população e seu uso gera o denominado lucro social. Já os bens privados são gerados pelo setor privado, são excludentes e geram lucro financeiro.  Em seguida, o supervisor realizou um breve histórico da avaliação de impactos na Embrapa antes e depois da criação do Balanço Social, há 21 anos. O gestor também sintetizou as dimensões de avaliação de impacto da Empresa.

Após essa apresentação geral, integrantes da SDI trataram de cada uma dessas dimensões: Graciela Vedovoto e Daniela Marques (avaliação de impactos econômicos), Roberto Penteado (avaliação de impacto da produção técnico-científica), Marlene de Araújo (avaliação de impacto em políticas públicas) e Wilson Fonseca (uso dos resultados da avaliação de impacto no Balanço Social).

No segundo dia, o pesquisador da Embrapa Meio Ambiente Geraldo Stachetti tratou da avaliação de impactos na gestão de atividades rurais (aplicações do método APOIA – Novo Rural), da avaliação dos impactos ambientais e sociais de inovações tecnológicas agropecuárias, bem como dos impactos na dimensão de desenvolvimento institucional (método Ambitec-Agro). Já os pesquisadores Geraldo Souza e Eliane Gomes abordaram as análises de eficiência e produtividade das Unidades, que estão entre os critérios da avaliação de desempenho institucional.

O período da tarde foi dedicado à apresentação das experiências de avaliação de impactos em algumas Unidades: Embrapa Gado de Corte (Mariana Pereira), Embrapa Pecuária Sul (Jorge Luiz dos Santos), Embrapa Informática Agropecuária (Junia de Alencar) e Embrapa Amazônia Oriental (Aldecy Moraes).

Experiências do CIAT

O terceiro dia do evento foi dedicado às experiências do CIAT em avaliação de impactos da pesquisa. Inicialmente, o pesquisador Ricardo Labarta abordou a estratégia do CIAT na documentação de resultados e impactos da pesquisa em agricultura tropical. A equipe dedicada a esse trabalho concentra-se no laboratório de economia aplicada, na área de análises de decisões e políticas.

Entre os principais produtos estão insumos para priorização da pesquisa agropecuária, gerados a partir de pesquisa ex-ante tradicional, adequados para avaliar potenciais intervenções ou disseminação de tecnologias; avaliações ex-post, necessárias para gerar evidências de resultados e impactos associados às intervenções agropecuárias; e avaliações antecipadas (realização de pesquisa ex-ante com ferramentas de pesquisa ex-post). Elas são necessárias para responder rigorosamente perguntas específicas sobre a disseminação de inovações promissoras.

Labarta também tratou dos métodos e ferramentas para estudar o uso e a adoção de inovações agropecuárias e mostrou como integrar e agregar inovações de impactos multidimensionais. Carolina Gonzáles abordou a medição de impactos de diferentes intervenções de mercado e modelos de negócios, além da documentação e medição de resultados e impactos de intervenções voltadas à melhoria da nutrição humana. Robert Andrade falou sobre como incorporar a incerteza no cálculo dos retornos econômicos das intervenções agropecuárias e, finalmente, sobre os planos do CIAT de implementar novos estudos para documentação de resultados e impactos de inovações na agricultura tropical.

Outras experiências

Além da Embrapa e do CIAT, outras instituições relataram suas experiências. Etienne Hainzelin, do Centro Internacional de Pesquisa Agrícola e Desenvolvimento (Cirad), da França, apresentou a metodologia de sua instituição para avaliar os impactos, denominada Método ImpresS, desenvolvida com base em 13 estudos de caso realizados em projetos de cooperação científica em três continentes (América, África e Ásia).

Em seguida, Silvana Giancola, do Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (INTA), da Argentina, tratou da análise de fatores que afetam a adoção de inovações tecnológicas, com grande ênfase no processo de comunicação durante a avaliação dos impactos de inovação. Finalmente, Gregório Zambrano, da Agrosavia, instituição de pesquisa agropecuária da Colômbia, falou sobre o estabelecimento de metas de impacto e seu uso na seleção de projetos. Ele também apresentou a primeira edição do balanço social da entidade, realizado a partir de acordo de cooperação técnica com a Embrapa.

Avaliação geral

O evento foi encerrado pelo diretor-executivo de Pesquisa e Desenvolvimento, Celso Moretti e por Renata Bueno, Ricardo Labarta e Flavio Avila. O representante do CIAT esclareceu que o workshop começou a ser planejado há cerca de um ano, e que a ideia é fortalecer os estudos e colaborações científicas com a Embrapa. Flavio Avila disse que a expectativa é realizar um evento similar em 2020.

Renata Bueno agradeceu a diretoria pelo apoio e ressaltou a importância do contato “olho no olho”. Já Moretti alertou para o fato de que, em época de poucos recursos governamentais, é preciso divulgar à sociedade os impactos, de forma a demonstrar que as verbas governamentais canalizadas para a pesquisa geram retornos sociais compensadores.

“O workshop foi uma excelente oportunidade para que as equipes de avaliação de impactos de nossos centros conhecessem novas opções metodológicas e/ou dimensões de impacto que merecem ser avaliadas ou aprofundadas. Será um desafio atender a todas essas expectativas em tempos de recursos escassos, mas com uma sociedade ávida por evidências dos retornos aos investimentos por ela realizados”, disse Avila.

 

(Matéria publicada em 13/06/2018)

 

Wilson Fonseca (DRT/MS 121)
Secretaria de Desenvolvimento Institucional (SDI)
wilson.fonseca@embrapa.br

Roberto Penteado (DRT/DF 220)
Secretaria de Desenvolvimento Institucional (SDI)
roberto.penteado@embrapa.br

Wilson Fonseca (DRT/MS 121)
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