22/05/23 |   Agricultura de Baixo Carbono

Bioeconomia como estratégia para a segurança alimentar é tema de seminário

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Foto: Sandra Brito

Sandra Brito - Seminário

Seminário "Bioeconomia: negócios emergentes e o mercado de bioinsumos"

As contribuições da agricultura para a bioeconomia e a descarbonização no Brasil foram apresentadas por especialistas durante a 15ª edição da SIT (Semana de Integração Tecnológica), evento realizado de 15 a 19 de maio pela Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG). “A nova economia e a agricultura têm muito em comum. Ambas são dependentes de sistemas biológicos, renováveis. A ‘reinvenção’ do modelo econômico corrente está baseada nesses sistemas e muitos desses elementos já foram incorporados pela agricultura brasileira”, ponderou o pesquisador Alexandre Alonso Alves, chefe-geral da Embrapa Agroenergia (Brasília-DF).

Produtos de base biológica e sistemas sustentáveis já fazem parte da agricultura brasileira há décadas, por exemplo, práticas para proteção do solo e incorporação de carbono. “A construção da fertilidade nos solos tropicais com menos emissão de gases de efeito estufa, o plantio direto na palha, a fixação biológica de nitrogênio e os sistemas integrados de produção, como ILP e ILPF, são exemplos clássicos”, enumera Alonso. “O Brasil é uma potência agroambiental e temos potencial para ser o maior gerador de créditos de carbono do mundo. Os sistemas integrados tenderão a substituir as paisagens rurais que já conhecemos, com pastagens degradadas, já nos próximos anos”, disse.

O uso de produtos biológicos na agricultura, um dos objetivos da bioeconomia, foi o tema do painel de três pesquisadores da Embrapa Milho e Sorgo. Fernando Hercos Valicente apresentou estratégias para o controle biológico de pragas utilizando microrganismos selecionados, como produtos comerciais à base de baculovírus e de Bt (Bacillus thuringiensis), desenvolvidos com tecnologia da Embrapa: CartuchoVIT (Vitae Rural); Baculonat SF (Bionat); Baculomip-SF (Promip); Life Biological Control (Pragas.com); Spodovir (Andermatt); VirControl S.f., VirControl Ci e Vir Control H.A. (os três produzidos pela Simbiose); Laphy Protection e Looper Protection (Bioma), Acera (Ballagro) e o Crystal (Lallemand). 

 

“O futuro é bio”

Fontes biológicas de adubação, altamente eficazes, capazes de diminuírem a importação de fertilizantes sintéticos pelo Brasil, foram apresentadas pela pesquisadora da Embrapa Milho e Sorgo Christiane Paiva, líder da pesquisa que culminou com o lançamento dos produtos comerciais BiomaPhos (Grupo Simbiose/Bioma), Omsugo ECO e Omsugo P (Corteva Agriscience). “Os insumos biológicos não são apenas uma moda. São componentes ‘inteligentes’, que oferecem suporte inicial para a planta, com substâncias benéficas, para melhor enraizamento, arranque e vigor. O futuro é ‘bio’”, pontuou. “O efeito positivo é o aumento da tolerância das plantas aos estresses. Temos que entender que nosso solo funciona de maneira biológica”, concluiu a pesquisadora.

Ivan Cruz, pesquisador da área de Entomologia da Embrapa Milho e Sorgo, mostrou as estratégias para controle biológico de pragas utilizando macrorganismos benéficos. “O controle biológico de pragas é uma condição essencial para a sustentabilidade da produção agrícola dentro do conceito de bioeconomia”, reforçou. Cruz apresentou ainda as vantagens do uso dos macrorganismos: manutenção das pragas em nível populacional aceitável, alta mobilidade dos agentes, não serem veiculados pela água, não tornarem as pragas resistentes e apresentarem custo operacional competitivo. Para baixar gratuitamente o livro de autoria do pesquisador sobre o assunto (Controle biológico de pragas do milho: uma oportunidade para os agricultores), clique aqui.

 

IMPORTÂNCIA DA POLINIZAÇÃO – O seminário “Bioeconomia: negócios emergentes e o mercado de bioinsumos” contou também com palestra do pesquisador Cristiano Menezes, chefe-adjunto de Pesquisa & Desenvolvimento da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna-SP). Ele apresentou o tópico “Polinização assistida como ferramenta para alavancar a agricultura”. “Devemos enxergar as abelhas, por exemplo, como bioinsumos para a agricultura. Elas podem aumentar a produtividade com incremento de qualidade”, disse. “A maioria das plantas precisa de polinizadores animais, como abelhas, morcegos, pássaros e até de anfíbios para se reproduzirem, o que influencia diretamente na produção agrícola”, completou.

 

PROPRIEDADE INTELECTUAL E LINHAS DE CRÉDITO  Pedro Henrique Borges, da Dannemann Siemsen, maior escritório da América Latina na área de propriedade intelectual, abordou, ao final do seminário, patentes e proteção de microrganismos e bioinsumos. "A patente traz previsibilidade ao mercado, o que facilita o estabelecimento de acordos, parcerias e contratos", pontuou. Já Luisa Lembi Nogueira Queiroz, do BDMG (Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais), apresentou as práticas de agricultura sustentável que são financiadas pela instituição financeira e os benefícios do programa, com redução dos custos de produção, manutenção ou aumento dos níveis de produtividade, melhoria da qualidade do solo e maior captura de carbono. 

 

Guilherme Viana (MTb 06566/MG)
Embrapa Milho e Sorgo

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