A cultura do dendê é uma das mais importantes atividades agroindustriais das regiões tropicais úmidas (Malásia, Indonésia, etc.), podendo desempenhar papel ainda mais importante como fonte de insumo energético (biodiesel). O cultivo do dendezeiro/palma de óleo constitui-se em excelente atividade fixadora da população na zona rural da Amazônia, por ser um cultivo perene, com mais de 25 anos de produtividade contínua, de alta rentabilidade e com forte apelo ecológico, pois apresenta baixos níveis de agressão ambiental, adapta-se a solos pobres, protegendo-o contra a lixiviação e erosão, e imita a floresta tropical, sendo perfeitamente adequado ao aproveitamento de áreas já alteradas da floresta amazônica. Para as comunidades isoladas da Amazônia, o dendê é tido como uma das poucas opções agrícolas para a produção de óleo vegetal para uso como insumo energético/biodiesel, destinado ao abastecimento da demanda local. A cultura pode tornar realidade o desenvolvimento sustentável dessas regiões, com ganhos ambientais, econômico e expressivo progresso social. A Embrapa Amazônia Ocidental vem desenvolvendo pesquisas com a cultura há mais de 20 anos e já possui informações técnicas suficientes para iniciar processos que viabilizem a introdução da cultura, tanto em nível empresarial como em nível de agricultura familiar. Portanto, este projeto promove a fase de implantação de 500 hectares de dendê na região de fronteira entre o Brasil, Colômbia e Peru, nos municípios amazonenses de Benjamin Constant e Atalaia do Norte, através da produção familiar em módulos produtivos de cinco hectares, para produzir óleo vegetal com fins de uso energético/biodiesel. Atualmente existem mais de 400 hectares em produção, entretanto, existe o problema da falta de investimentos para a implantação da unidade industrial, que é imprescindível para a transformação da produção da agricultura familiar em óleo e em renda.