O matrinxã ( Brycon amazonicus) é uma espécie de interesse para a piscicultura comercial, que apresenta índices de crescimento desejáveis em cativeiro e boa aceitação nos mercados consumidores. Porém, é uma espécie que se movimenta em excesso durante o manejo. Isso pode predispor riscos de danos na superfície do seu corpo, o que pode levar a posterior manifestação de doenças e/ou a morte de animais. Aliado a isto, os trabalhadores ficam expostos a riscos de acidentes durante o manejo da espécie quando utilizam materiais como agulhas, bisturis e outros equipamentos. Assim, o processo de anestesia do matrinxã também é necessário para melhoria de segurança no trabalho. Portanto, o presente projeto avaliou as respostas fisiológicas do matrinxã ao óleo essencial de alfavaca-cravo ( Ocimum gratissimum) como anti-helmíntico e anestésico alternativo de origem natural. O trabalho contemplou a obtenção de massa verde de alfavaca-cravo, tanto para extração de óleo essencial como para a devida caracterização química. Foi determinada a curva anestésica do matrinxã submetido a diferentes doses do óleo de alfavaca-cravo, e avaliação das respostas fisiológicas do matrinxã submetido ao óleo de alfavaca-cravo em banhos anestésicos. O trabalho considerou, ainda, a verificação de existência de atividade antiparasitária no controle de monogenóides de brânquias de matrinxã, utilizado em banhos profiláticos, assim como a avaliação das respostas fisiológicas do matrinxã, submetido ao transporte, sob influência do óleo de alfavaca-cravo diluído na água. Os resultados comprovaram a atividade anti-helmíntica com banho terapêutico. As concentrações mais eficientes foram 15 mg/L e 30 mg/L que apresentaram eficácia de 51 e 73%, respectivamente, em relação ao grupo controle. Assim, é possível concluir que a matrinxã é tolerante a banhos terapêuticos com óleo de alfavaca, e pode ser utilizado como um produto alternativo eficaz no controle de monogenóides. Vale ressaltar também que os animais tratados com o óleo de alfavaca-cravo não tiveram alteração nas respostas fisiológicas. Como anestésico, o óleo de alfavaca-cravo também foi eficiente para juvenis de matrinxã, sendo as concentrações de 40 a 80 mg/L consideradas mais eficientes. Quanto à utilização do óleo de alfavaca-cravo no transporte de matrinxãs, a sobrevivência dos peixes após 15 dias do transporte foi de 100%, indicando a eficiência do produto como anestésico durante o transporte; os peixes tiveram recuperação satisfatória após um período de 24 horas sem comprometimento/prejuízo das respostas fisiológicas dos peixes; sendo assim, o óleo de alfavaca-cravo pode ser utilizado no transporte de juvenis de matrinxã.