No Brasil, apesar da viticultura ter ampla distribuição, ao se levar em conta somente a produção de uvas direcionadas para a elaboração de vinhos e sucos, evidencia-se grande concentração no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, que respondem por mais de 90% da produção nacional. Além disso, destaca-se que mais de 70% dos produtores de uva do país estão localizados nesses dois estados, onde a exploração vitícola, em geral, é realizada em pequenas áreas de agricultura familiar. Embora a viticultura gaúcha e catarinense destaquem-se no contexto brasileiro, observa-se grande escassez de resultados técnico-científicos envolvendo, sobretudo, avaliações econômico-financeiras, prospecção de demandas de pesquisa e levantamentos de coeficientes e indicadores técnicos específicos de estabelecimentos vitícolas desses estados. Esses resultados são importantes para o desenvolvimento de ações que, entre outras coisas, busquem: melhorar a gestão de empreendimentos de exploração vitícola; identificar alternativas de sistemas produtivos e definir e/ou realizar ajustes de determinadas políticas públicas, como as de seguro agrícola. Diante dessas constatações, o objetivo central desse projeto consiste em caracterizar as propriedades rurais típicas na viticultura gaúcha e catarinense, analisando questões relacionadas com a eficiência econômica e a viabilidade financeira da produção de uvas. Em termos operacionais, o projeto é executado em rede, reunindo pesquisadores, analistas e técnicos de diversas instituições, atuantes na pesquisa, transferência de tecnologia, assistência técnica e extensão rural. Como resultados e impactos principais, espera-se: obter um diagnóstico detalhado do nível de sustentabilidade da viticultura desenvolvida nos dois estados; gerar informações que auxiliem os viticultores a utilizarem melhor os recursos produtivos disponíveis; colaborar para o estabelecimento de agendas de pesquisa e desenvolvimento e de transferência de tecnologia, contemplando novos desafios para aumentar a competitividade e a sustentabilidade da viticultura brasileira e gerar subsídios para a elaboração e condução de estudos futuros, associados, por exemplo, com modelagem e simulação de sistemas no setor vitícola.