Tecnologia de irrigação com déficit para a produção de uvas e vinhos na região do Submédio São Francisco

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Foto: Birolo, Fernanda Muniz Bez

O armazenamento de água em camadas profundas de solos irrigados do Semiárido brasileiro tem sido observado como consequência da irrigação constante, da aplicação de água acima das necessidades hídricas das plantas, da falta de sistemas de drenagem, e da presença de camadas de solo adensadas e do embasamento cristalino, que dificultam o movimento da água no solo na direção vertical. Algumas espécies frutíferas cultivadas no Semiárido, como a videira, apresentam sistema radicular que alcançam a profundidade do solo de pelo menos 1 m, e podem apresentar tolerância ao déficit hídrico. As estratégias de irrigação com déficit podem ser utilizadas para que a aplicação de água pelos sistemas de irrigação seja reduzida, diante da menor demanda de água em determinadas fases fenológicas. Três estratégias (irrigação com déficit, irrigação com déficit controlado e secamento parcial do sistema radicular) vem sendo avaliadas na Embrapa Semiárido desde 2002, por meio dos projetos / planos de ação 06.17.02.418.02 (2002 a 2004), 03.04.1.13.00.02 (2005 a 2007) e 03.08.1.024.00.03 (2008 a 2011). Assim, esse projeto pretende finalizar a avaliação da influência de duas estratégias (irrigação com déficit e irrigação com déficit controlado) no comportamento agronômico, ecofisiológico e bioquímico da videira de vinho cv. Syrah, e as características da uva e do vinho produzidos na região vitivinícola do Vale do Submédio São Francisco. O parreiral referente ao último projeto anteriormente mencionado foi instalado em abril de 2009 na Embrapa Semiárido, e é onde deverá ser desenvolvido o atual projeto. Ressalta-se a necessidade de finalização de obtenção de resultados sobre essa tecnologia (irrigação com déficit) em plantas estabelecidas (parreiral com 4 anos ou mais), o que acontecerá nesse projeto (início previsto para março de 2013). A inovação tecnológica consiste na possibilidade de aplicação de déficit hídrico em fase da cultura da videira (florescimento), anterior a que é aplicada (início da maturação) em outras regiões áridas ou semiáridas produtoras de vinho (Austrália, EUA – California), em função de condições edafoclimáticas locais. Isso se baseia nos resultados já obtidos nos projetos anteriormente citados, em que a aplicação de estratégias de irrigação com déficit aplicadas no início da maturação não reduziu a produção de uvas, alterou a disponibilidade de água apenas até 60 cm do solo (profundidade efetiva do sistema radicular da videira), pouco alterou o comportamento ecofisiológico da videira, pouco alterou as características das uvas para vinificação, e alterou parte das características físico-química dos vinhos. Para a finalização dessa tecnologia, pretende-se: 1 - averiguar o provável ajustamento osmótico e eficiência no uso da água pela videira cv. Syrah, por meio da determinação da composição isotópica de carbono, quantificação de aminoácidos totais e prolina, e determinação da atividade da rubisco (não realizado em projetos anteriores); 2 - avaliar as características das uvas para vinificação (feita anteriormente somente na colheita, mas não durante a maturação); 3 – caracterizar o perfil de compostos voláteis dos vinhos, determinar a atividade anti-oxidante, os ácidos orgânicos e os compostos fenólicos nos vinhos, e analisar sensorialmente os vinhos (não realizado em projetos anteriores). A relevância da tecnologia consiste na economia de água utilizada na agricultura, na obtenção de um produto (vinho) com características desejáveis e peculiares do local, e na contribuição para a sustentabilidade da vitivinicultura no Semiárido. A absorção pelo setor vitivinícola da prática de irrigação deficitária ajustada às condições edafoclimáticas locais poderá ser imediata, sem custos adicionais. O risco de adoção dessa tecnologia é mínimo.

Situação: concluído Data de Início: Fri Mar 01 00:00:00 GMT-03:00 2013 Data de Finalização: Sat Feb 28 00:00:00 GMT-03:00 2015

Unidade Lider: Embrapa Semiárido

Líder de projeto: Luis Henrique Bassoi

Contato: luis.bassoi@embrapa.br

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