O projeto tem como proposta recomendar o uso seguro da nicarbazina, considerando a implicação do reuso da cama de aviário e o efeito dos métodos de cozimento da carne de frango. Adicionalmente, será verificado se em determinadas temperaturas pode ser gerada a p-nitroanilina, impureza inerente ao processo de síntese do DNC, apontada como cancerígena pela Autoridade Europeia de Segurança de Alimentos. A importância do estudo é em razão da cadeia de produção de carnes ser um dos setores que mais cresce ao longo dos anos, tendo o Brasil como líder mundial na exportação de carne de frango. Para atender a elevada demanda mercadológica, o sistema atual de produção avícola induz uma condição de alta densidade populacional nos galpões, facilitando a propagação de agentes infecciosos. Este fato, aliado à exigência de rápido crescimento das aves, tornou corriqueiro o uso de aditivos na ração ou na água, tais como os anticoccidianos. A coccidiose é uma doença infecciosa muito comum na criação das aves, sendo o termo aplicado a um conjunto de danos causados no intestino das aves por protozoários do gênero Eimeria. Possui grande importância econômica devido ao fato de sua prevenção exigir altos custos, uma vez que os prejuízos causados por esta parasitose carreiam queda da produtividade e mortalidade. A doença é altamente contagiosa e se propaga de um animal para outro, por contato com as fezes. A nicarbazina é amplamente utilizada para prevenir a coccidiose em frangos, principalmente devido ao seu custo-benefício e menor resistência das espécies de Eimeria quando comparada a outros anticoccidianos. A principal preocupação com o uso da nicarbazina em frangos de corte é a presença de resíduos na carne ou miúdos comestíveis. Embora diversos países considerem suficiente o período de retirada da nicarbazina para evitar desvios quanto aos limites máximos de resíduos na carne, contaminações ainda ocorrem. O Brasil segue os limites indicados pelo Codex Alimentarius de 200 ppb para carne de frango.