Isolamento, identificação e triagem de microrganismos com potencial tecnológico para uso como probiótico na bovinocultura leiteira

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A suplementação com aditivos contendo células vivas de microrganismos e/ou seus metabolitos, conhecidos como probióticos e prebióticos vem aumentado em resposta à demanda para o uso de substâncias “naturais” promotoras de crescimento que melhorarem a eficiência da produção em bovinos. A suplementação com microrganismos benéficos espera prevenir o estabelecimento de microrganismos indesejáveis (patogênicos) ou reestabelecer a microflora normal do trato digestivo. Vários casos de aumento no desempenho animal são documentados quando bovinos foram suplementados com aditivos microbianos vivos. Os mecanismos propostos para o aumento deste desempenho animal estão relacionados com a produção de compostos antimicrobianos como os ácidos e as bacteriocinas. Em muitos países esta já é uma prática rotineira e utilizada na produção animal principalmente na criação de bezerros afetados por diarreias pós-desmame e em vacas com alta produção de leite que frequentemente contraem acidoses, devido ao excesso de ingestão de carboidratos solúveis. No Brasil, o interesse pela utilização de produtos desta natureza está aumentando, porém, as culturas utilizadas são importadas, o que aumenta o custo de produção. É de interesse dos produtores a utilização de culturas mais específicas e eficazes e que sejam de origem nacional, o que resultará em encargos financeiros menores e numa atividade mais rentável. O objetivo deste projeto é construir uma coleção de microrganismos potencialmente probióticos isolados de líquido ruminal e fezes de bovinos, para ser fornecido como aditivo para melhorar a saúde e o desempenho animal. Esses microrganismos são identificados e conservados para compor uma coleção de trabalho de microrganismos com potencial tecnológico visando o estabelecimento de uma base de recursos genéticos para a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologias para o produtor. Na seleção de estipes bacteriana para o preparo do probiótico, os microrganismos deverão sobreviver às barreiras encontradas ao longo do trato gastrintestinal, para que possam implantar-se e multiplicar-se. Após passarem por uma série de avaliações tais como: capacidade de crescimento, multiplicação em líquido ruminal, resistência ao ácido clorídrico, sais biliares e às altas temperaturas e salinização dentre outros, estirpes microbianas pertencentes ao gênero Lactobacillus, Bifidobacterium, Enterococcus e às leveduras são considerados potencialmente probióticas. Os microrganismos que exibem características morfológicas diferentes e que se mostram bons sobreviventes as condições dos testes realizados são identificados por meio de testes bioquímicos e sequenciamento de uma região do rDNA ribossomal, 16S para bactérias e da região ITS1-5.8S-ITS2 do gene rRNA para leveduras ou sequenciamento da região {D1/D2 da subunidade grande do gene do RNA ribossomal 18S. As linhagens selecionadas serão testadas in vitro quanto à capacidade de inibir o crescimento de microrganismos patogênicos e de mitigar gases entéricos, respectivamente. Para tal, serão feitos testes de inibição em meio sólido utilizando bactérias Gram positivas e Gram negativas como indicadoras do potencial probiótico e a medição dos gases CO2 e CH4 e ácidos graxos voláteis. Deste modo, espera-se isolar e caracterizar microrganismos com potencial de uso como probiótico e tecnológico, considerando o grande potencial benéfico desses aditivos e a importância de se dispor de produtos nacionais para aplicação na bovinocultura de leite.

Situação: concluído Data de Início: Tue Jan 01 00:00:00 GMT-03:00 2019 Data de Finalização: Tue Jan 31 00:00:00 GMT-03:00 2023

Unidade Lider: Embrapa Gado de Leite

Líder de projeto: Heloisa Carneiro

Contato: heloisa.carneiro@embrapa.br