A cadeia produtiva de hortaliças possui vários entraves ao aumento da produção e/ou qualidade do produto em razão principalmente das mudanças climáticas, do custo dos insumos e da incidência de pragas e doenças. Diversos problemas fitossanitários ainda desafiam e limitam a produtividade e a qualidade de diversas culturas, merecendo destaque patógenos habitantes do solo em razão da dificuldade de controle. Dentre esses, os oomicetos compõe um grupo de organismos heterotróficos com várias espécies fitopatogênicas, principalmente dentro dos gêneros Phytophthora e Pythium. Oomicetos do gênero Pythium estão entre os patógenos mais comumente distribuídos no solo, sendo geralmente polífagos e de rápido desenvolvimento. Esses patógenos causam diversas doenças em hortaliças, sendo as principais o tombamento de mudas e podridões de raiz. A dificuldade de controle desses oomicetos em hortaliças deve-se principalmente à ampla gama de plantas hospedeiras, à reduzida oferta de fungicidas registrados e ao surgimento de populações resistentes aos poucos ingredientes ativos utilizados em seu controle. O principal fungicida utilizado no controle de oomicetos é o mefenoxan, que apresenta sítio de ação específico, podendo selecionar indivíduos resistentes. Assim, é importante conhecer a diversidade de espécies de Pythium que atacam hortaliças no Brasil, pois isso implica diretamente na determinação da gama de hospedeiros e na sensibilidade a fungicidas das principais espécies identificadas, visando ter suporte para decidir quais as medidas de manejo a serem implementadas. O objetivo projeto é realizar a caracterização morfológica e molecular de isolados de Pythium provenientes de diversas regiões produtoras de hortaliças do Brasil para, então, obter informação essencial para a proposição de medidas sustentáveis de controle, uma vez que será possível determinar a patogenicidade em diferentes espécies olerícolas (manejo cultural) e avaliar a sensibilidade ao fungicida mefenoxam (controle químico).