Qualidade de grãos de soja dessecada em diferentes estádios de maturação

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Em muitas das áreas produtoras de grãos do Brasil, incluindo-se o centro-norte de Mato Grosso, são realizadas duas safras por ano, sendo que, normalmente, a soja é cultivada na primeira safra. Essa otimização do uso do solo exige que a soja seja plantada assim que iniciado o período chuvoso (normalmente final de setembro) e que a colheita seja feita entre os meses de janeiro e março (dependendo da variedade plantada), para que seja possível plantar a segunda safra do ano. A recomendação geral é que a soja está apta para ser colhida no estádio R7 o que mecanicamente – forma mais utilizada para colheita da soja – é inviável tanto pelo elevado teor de água dos grãos quanto da planta, que ainda está fisiologicamente ativa. Todavia, o retardamento da colheita após o ponto de maturação fisiológica, resulta necessariamente em perdas qualitativas no campo devido a exposição ao ataque de pragas, ao metabolismo elevado do produto e às intempéries climáticas que podem proporcionar ciclos de secagem e reumedecimento podendo causar, enrugamento e/ou rompimento do tegumento do grão ou da semente. Assim, devido ao teor de água elevado por ocasião da época de colheita, a aplicação de um herbicida dessecante para acelerar a secagem natural e consequentemente a colheita, constitui uma operação ordinária e de primordial importância entre os produtores de soja que visam a conservação da qualidade desse produto, além de possibilitar o planejamento do plantio de uma segunda safra. A forma como este manejo é realizado (tipo, modo de ação e época em que o dessecante é aplicado), pode afetar a qualidade dos grãos, inviabilizando sua utilização tanto para sementes quanto para grãos. Para contornar esse problema os produtores tentam plantar cultivares com ciclos diferentes ou aplicar o desencante de forma escalonada. Assim, apesar de a recomendação técnica de se aplicar o dessecante no estádio de desenvolvimento R7, alguns produtores aplicam o dessecante já no estádio R6 a fim de acelerar o processo de colheita dos grãos. A questão que é levantada com esse manejo e que se pretende responder com este projeto é se os grãos colhidos quando a dessecação é realizada mais precocemente (R6) apresentam diferença qualitativa significativa em relação àqueles colhidos quando o dessecante é aplicado em estádios de maturação mais tardios (R7 ou R8). Além disso, outros fatores secundários podem estar atrelados ao ponto de colheita da soja e podem alterar sua pós-colheita, como velocidade de secagem, forma característica dos grãos e a qualidade do óleo produzido. Esses resultados embasarão, ou não, os produtores de soja em ampliar a janela de colheita, permitindo, por exemplo, otimizar o uso do solo. O objetivo principal é propor o estádio de maturação mais adequado para aplicação do dessecante em soja quanto à qualidade física, química e fisiológica dos grãos. Assim, espera-se com esse trabalho levantar informações a esse respeito a fim apresentar para os produtores uma resposta técnica acerca do efeito desse manejo na qualidade final dos grãos de soja. Espera-se também que os resultados venham a assistir a comunidade científica no sentido de ratificar o que já vem sendo recomendado em relação à aplicação do dessecante na lavoura de soja visando sua colheita. O trabalho buscará também levantar respostas acerca do efeito que a aplicação de dessecantes em diferentes estádios de desenvolvimento da lavoura trará para os grãos durante seu pré-processamento (principalmente na secagem), e no armazenamento (principalmente sobre as características químicas do óleo.

Situação: concluído Data de Início: Fri Feb 01 00:00:00 GMT-03:00 2019 Data de Finalização: Mon Jan 31 00:00:00 GMT-03:00 2022

Unidade Lider: Embrapa Agrossilvipastoril

Líder de projeto: Silvia de Carvalho Campos Botelho

Contato: silvia.campos@embrapa.br