Evolução da qualidade física do solo sob diferentes sistemas de manejo ao longo de duas décadas e sua relação com a sustentabilidade da produção de soja

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Um dos principais problemas observados em sistemas de produção de soja manejados sob sistema plantio direto (SPD) corresponde à compactação do solo. Estima-se que a compactação seja responsável por um prejuízo anual de R$ 270 milhões, considerando somente a soja cultivada em uma área de 2,1 milhões de hectares sobre solos argilosos da região de transição entre os climas subtropical e tropical do Paraná. Os efeitos negativos da compactação do solo sobre as plantas são mais evidentes quando da ocorrência de excesso ou deficiência hídrica. Assim, melhorar a qualidade física do solo, mais do que uma solução para os problemas relatados, representa uma das estratégias para adaptar os sistemas de produção de soja aos possíveis impactos das mudanças climáticas globais, que apontam para um aumento na ocorrência de secas prolongadas e excesso de chuvas. Além disso, as propriedades físicas do solo afetam ainda o ciclo hidrológico e a qualidade do ar e da água, de modo que manter e/ou melhorar a qualidade física colabora para a sustentabilidade ambiental. As informações a respeito dos efeitos da rotação de culturas e da escarificação esporádica sobre a qualidade física do solo e a produtividade da soja ainda são insuficientes para definir estratégias visando à melhoria das condições físicas de solo. Neste sentido, a Embrapa Soja dispõe de dados referentes à qualidade física do solo e à produtividade da soja obtidos em dois experimentos envolvendo sistemas de manejo e de culturas, conduzidos desde 1981 e 1988, os quais, entretanto, ainda não foram analisados de modo integrado no tempo. Diante disso, esse projeto teve como objetivo reunir e sistematizar esses resultados, os quais, em conjunto com os dados referentes à disponibilidade hídrica, foram analisados de modo integrado no tempo, empregando-se a ANOVA, testes de médias, análises de regressão multi e univariada e análise de grupamentos e componentes principais. A partir das informações obtidas, foi elaborado um banco de dados digital, acessível a usuários cadastrados via internet. Da mesma forma, os conhecimentos gerados a partir da análise do banco de dados comprovaram que é possível preservar ou mesmo melhorar a qualidade física do solo no SPD ao longo do tempo sem a necessidade de utilizar práticas mecânicas para rompimento de camadas compactadas, como a escarificação. Para isso, é de fundamental importância a adoção de sistemas de rotação de culturas envolvendo plantas com alta produção de fitomassa da parte aérea e raiz, em conjunto com a permanência no SPD. Além disso, os resultados mostraram que a produtividade da soja no sistema plantio direto torna-se maior que no sistema de preparo convencional após um determinado período de tempo (fase de estabilização), cuja duração depende dos sistemas de culturas utilizados. Para um sistema pouco diversificado (sucessão trigo/soja), a duração da fase de estabilização é de 12 anos, sendo reduzida para 6 anos quando da utilização da rotação de culturas (tremoço/milho – aveia/soja – trigo/soja – trigo/soja).

Ecossistema: Região dos Pinheirais

Situação: concluído Data de Início: Wed Apr 01 00:00:00 GMT-03:00 2009 Data de Finalização: Thu Mar 31 00:00:00 GMT-03:00 2011

Unidade Lider: Embrapa Soja

Líder de projeto: Henrique Debiasi

Contato: henrique.debiasi@embrapa.br