Historicamente, a atividade agrícola praticada no nordeste paraense é exercida, na sua maioria, por pequenos produtores, com base na mão-de-obra familiar, que se dedicam, quase que exclusivamente à exploração de culturas de subsistência, destacando-se a mandioca, o milho e o feijão-caupi, como culturas de maior expressão sócio-econômica. Esse sistema é praticado com pouco ou nenhum uso de insumos agrícolas, principalmente calcário e fertilizantes, levando ao esgotamento das poucas reservas de nutrientes dos solos da região. Em se tratando de um público-alvo, composto na sua grande maioria, por pequenos produtores, faz-se necessária a substituição do atual modelo tecnológico utilizado por um modelo alternativo direcionado para a intensificação do uso da terra, geração de renda, ocupação produtiva da propriedade, melhor utilização dos recursos naturais, adaptado à realidade dos produtores que trabalham no regime de economia da agricultura familiar. O "Sistema Bragantino" se apresenta como um modelo de produção agrícola inovador, com amplos efeitos de melhoria da renda do produtor. O projeto propõe alternativas de uso do solo que substituam os sistemas de produção atuais por sistemas de cultivos sucessivos de culturas temporárias, tendo como estratégia a instalação de Unidades Demonstrativas em seis locais. O produto principal do projeto consistirá no poder de sensibilização e convencimento dos produtores parceiros do sistema para que o processo de instalação e acompanhamento das Unidades Demonstrativas obtenha sucesso. Espera-se obter maior competitividade e sustentabilidade com o uso do sistema de produção e maior intensificação do uso da terra, permitindo três cultivos por ano (milho, mandioca, feijão-caupi) ao invés de um, além da formação de agentes multiplicadores.