Melhoramento genético do dendezeiro assistido por biotecnologias visando aumento de produtividade, redução do crescimento e resistência ao amarelecimento fatal

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O dendezeiro é, entre as oleaginosas, a de maior produtividade, podendo atingir de oito a 10 toneladas (t) de óleo por hectare (ha) ao ano em condições favoráveis. O óleo é de amplo uso na indústria de alimentos, farmacêutica e química, e considerado um dos melhores óleos para produção de biodiesel. Em 2010, a produção mundial de óleo de palma, cultivada em 14,99 milhões de hectares, foi de 45,09 milhões de toneladas, enquanto a produção de óleo de soja, cultivada em 102,38 milhões de hectares, foi de 39,76 milhões de toneladas, sendo o dendezeiro, atualmente, a principal fonte mundial de óleo vegetal. A produção brasileira representa em torno de 0,6% da produção mundial e não atende à demanda nacional, destinada principalmente à indústria alimentícia. O consumo brasileiro atual é de mais de 500.000 t/ano de óleo de palma de 200.000 t/ano de óleo de palmiste, enquanto a produção nacional é inferior a 300.000 t/ano de óleo de palma e aproximadamente 23.000 t/ano de óleo de palmiste. Programas de incentivo a produção e uso de biocombustíveis devem gerar aumento da demanda pelo óleo de palma, por isso, existem programa governamentais para promover a expansão da cultura. Contudo, a expansão segura, competitiva e sustentável depende da solução de problemas limitantes à cultura no Brasil e no continente americano, como pragas e doenças, uso inadequado de fertilizantes, restrita base genética das cultivares e necessidade do desenvolvimento e avaliação de cultivares com adaptabilidade aos ecossistemas de expansão da cultura. A principal ameaça, no momento, é o amarelecimento fatal (AF), anomalia letal e de causa ainda desconhecida. Após quase quatro décadas de pesquisa, a única alternativa encontrada para contornar o problema é explorar a resistência demonstrada pela espécie americana, Elaeis oleifera, conhecida no Brasil como Caiaué, que é transmitida para os híbridos interespecíficos obtidos do cruzamento com o dendê. O caiaué também apresenta resistência a outras pragas e doenças, e características de interesse para o melhoramento do dendezeiro, como reduzida taxa de crescimento do tronco e alta taxa de ácidos graxos insaturados. Por isso, o melhoramento interespecífico entre o caiaué e o dendezeiro foi identificado como a principal prioridade do programa de melhoramento do dendezeiro desenvolvido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Para redução dos custos e aumento na eficiência da avaliação e seleção dos cruzamentos ou plantas superiores pretende-se desenvolver estratégias de seleção assistida que serão formuladas a partir de informações geradas por estudos do genoma e de mapeamento de genes utilizando marcadores moleculares. Essa proposta tem como objetivos gerais desenvolver e multiplicar em escala comercial cultivares obtidas a partir da hibridação interespecífica entre o caiaué e o dendezeiro, que sejam resistentes ao AF, apresentem reduzido crescimento vertical do tronco e alta produtividade, atendendo à demanda da dendeicultura nacional e latino-americana. Também pretende-se aumentar a eficiência do programa de melhoramento genético da Embrapa, desenvolvendo procedimentos de multiplicação in vitro, seleção assistida e transformação de plantas. A dendeicultura se constitui em uma real opção de ocupação de áreas alteradas na Amazônia e a oferta de material genético de elevada produtividade, resistente a pragas e boa adaptação às condições bióticas da região pode contribuir para o crescimento sustentável da atividade, tanto pela demanda de alimento como para produção de energia renovável.

Ecossistema: Amazônico

Situação: concluído Data de Início: Tue Dec 01 00:00:00 GMT-03:00 2009 Data de Finalização: Wed Nov 30 00:00:00 GMT-03:00 2011

Unidade Lider: Embrapa Amazônia Oriental

Líder de projeto: Carlos Alberto Costa Veloso

Contato: carlos.veloso@embrapa.br