Autoria: LIRA-GUEDES, A. C.; BARBOSA, R. C.; GUABIRABA, I. R.; EULER, A. M. C.

Resumo: Algumas atividades de uso da biodiversidade na Amazônia são culturalmente desenvolvidas por mulheres, como a extração artesanal de óleos de sementes florestais. Essa cultura está relacionada ao conhecimento tradicional sobre o uso de plantas medicinais, principalmente por parteiras e/ou benzedeiras. A comunidade do Limão do Curuá - Ilha que compõem o Arquipélago do Bailique, costa leste do Amapá ? vem ganhando destaque, no Estado, nos últimos anos, devido à extração artesanal de óleo de sementes de pracaxi (Pentaclethra macroloba (Wild.) Kuntze), realizada por, aproximadamente, 70 mulheres. Esse óleo é um produto fitoterápico conhecido localmente por seu poder antiofídico e de cicatrização, e vem recebendo notoriedade nas indústrias de fármacos e cosméticos. As mulheres do Limão do Curuá, têm adaptado métodos para a extração do óleo, não cozinhando as sementes e usando um triturador e uma prensa artesanal de madeira. Com essas adaptações, as extratoras conseguem produzir grande quantidade de óleo (em média, meia tonelada em 2017 e uma tonelada em 2018), com boa qualidade (odor agradável). No entanto, ainda é necessária a adoção de boas práticas, desde a coleta até o envasamento do óleo, para aumentar a qualidade do produto. Também é urgente a organização dessas mulheres para que tenham maior alcance de mercado e poder de negociação. É notório que essa atividade tem potencial de crescimento e pode se consolidar, como um dos principais empreendedorismos femininos do Arquipélago do Bailique, potencializando a economia da biodiversidade da Amazônia.

Ano de publicação: 2019

Tipo de publicação: Resumo em anais e proceedings

Unidade: Embrapa Amapa

Palavras-chave: Mulher Rural, Planta Medicinal, Pracaxi