No Acre, estima-se que a área de pastagens consorciadas com a leguminosa amendoim forrageiro (Arachis pintoi cv. Belmonte) tem cerca de 138 mil hectares. Entretanto, a ocorrência de problemas fitossanitários nas gramíneas consorciadas com esta leguminosa, como ataques intensos de cigarrinha-das-pastagens e lagartas desfolhadoras e a incidência de doenças, como a síndrome da morte do capim-braquiarão (Brachiaria brizantha cv. Marandu), aliadas à prática sistemática do superpastejo, tem afetado a persistência das gramíneas. Este processo favorece a predominância do amendoim forrageiro em reboleiras ou em extensas áreas, reduz a produtividade do pasto e a capacidade de suporte, sobretudo no período seco. A opção pelo capim-xaraés para recuperação dessas áreas de pastagens degradadas é embasada em sua boa adaptação às condições que causam a síndrome da morte do capim-braquiarão na Amazônia e sua ampla adoção na pecuária da região.

A sobressemeadura do capim-xaraés em pastagens dominadas pela leguminosa amendoim forrageiro no bioma Amazônia é realizada por meio do plantio direto, após dessecação do pasto com glifosato (720 g i.e./ha). Essa prática agropecuária apresenta maior eficiência, quando comparada aos métodos tradicionais: custa 17% menos do que a recuperação convencional com gradagem do solo e a pastagem pode retornar ao pastejo 60 dias após o plantio do capim-xaraés. Outro benefício é a redução temporária da competição da comunidade de plantas existentes, conciliando o estabelecimento do capim-xaraés em pastagens com predominância do amendoim forrageiro cv. Belmonte com a maior porcentagem da leguminosa, o que proporciona um pasto mais equilibrado.