Recuperação de áreas degradadas usando leguminosas florestais fixadoras de Nitrogênio associadas a fungos micorrízicos

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Foto: PORPINO, Gustavo

A degradação do meio ambiente é de ocorrência mundial e, em muitos casos, é de grande impacto, com redução ou eliminação da camada fértil do solo, do teor de matéria orgânica e exposição do subsolo. A Embrapa Agrobiologia desenvolve, desde a década de 1980, técnicas voltada para recuperar a funcionalidade ambiental de áreas sob graus diversos de degradação, em decorrência de má utilização de terras agrícolas, expansão urbana desordenada e ações de exploração dos recursos naturais. As técnicas para recuperação dessas áreas são baseadas principalmente na seleção e introdução de leguminosas arbóreas e arbustivas, capazes de crescer sob condições adversas. O êxito decorre da associação planta-rizóbio-fungo micorrízico, que proporciona um crescimento rápido das plantas, independentemente do nitrogênio disponível no solo. Há aumento no conteúdo de matéria orgânica e na atividade biológica, por meio do aporte de material vegetal, via serapilheira. Quando associadas com rizóbios, as leguminosas aumentam a eficiência do processo de fixação do nitrogênio do ar. Os inoculantes para leguminosas florestais, desenvolvidos pela Embrapa Agrobiologia, são produzidos com estirpes de bactérias recomendadas para inoculação em plantas usadas para a recuperação de áreas degradadas. As mudas inoculadas geram plantas vigorosas e tolerantes a diversos tipos de estresse, promovendo seu estabelecimento e a ocupação da área a ser recuperada. É possível obter uma cobertura rápida do solo, o que permite o aparecimento de outras espécies de plantas mais exigentes em nutrientes, sombra, umidade etc. Com a recuperação da vegetação, há retorno dos animais e reativação dos processos biológicos anteriormente existentes.

A Embrapa estuda a fixação biológica de nitrogênio em leguminosas e em não leguminosas há mais de 25 anos e já selecionou diversas espécies de bactérias diazotróficas fixadoras de nitrogênio, que podem ser usadas para produzir inoculantes para plantas de importância agrícola e florestal. Esses insumos biológicos podem suprir total ou parcialmente as necessidades de nitrogênio das culturas. O nitrogênio atmosférico é capturado pelas bactérias e convertido em uma forma que as plantas podem assimilar. Em troca, as bactérias recebem carbono fixado pela fotossíntese vegetal.

Quem ganha com isso

A tecnologia tem sido empregada em diversas regiões do Brasil para a contenção de encostas, diminuindo o risco de deslizamentos de terra, em períodos chuvosos, em áreas urbanas, e para a recuperação de áreas degradadas por mineração ou erosão severa do solo.

Benefícios econômicos e ambientais

A adoção da tecnologia de leguminosas fixadoras de N2 associadas a fungos micorrízicos em recuperação de áreas degradadas propicia redução ou eliminação do uso de fertilizantes nitrogenados, recuperação da capacidade produtiva do solo e recomposição de matas nativas, especialmente em empreendimentos voltados para a atividade mineradora. Deste modo, permitem a otimização e redução do uso de adubos e outros insumos agrícolas, reduzindo os custos do processo e aumentando os ganhos ambientais.

A tecnologia pode ser usada em reflorestamento, recuperação de pastagens, recuperação de voçorocas e encostas degradadas, desenvolvimento de sistemas agroflorestais e recuperação de áreas degradadas por mineração.

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