27/09/23 |   Transferência de Tecnologia

Evento marca articulação de instituições e produtores em prol do desenvolvimento Jequitinhonha

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Foto: Marina Torres

Marina Torres -

Promover o desenvolvimento sustentável do Vale do Jequitinhonha a partir das potencialidades da agropecuária regional. Com esse objetivo, cerca de 1.300 pessoas participaram das atividades realizadas em Almenara, MG, entre os dias 20 e 22 de setembro. O Congresso "Agronegócio no Desenvolvimento Sustentável do Vale do Jequitinhonha" reuniu diversas autoridades, lideranças, produtores rurais, extensionistas, professores, estudantes e empresários. 

Especialistas apresentaram dados sobre o território e debateram ações para que as potencialidades se efetivem em geração de renda e qualidade de vida para a população. 

Desde a abertura do congresso, a capacidade de crescimento da região foi destacada. Em sua palestra, o agrônomo e professor Xico Graziano ressaltou a interiorização do desenvolvimento que tem ocorrido no Brasil, “graças ao agronegócio tecnológico e sustentável”. 

Segundo Graziano, a nova fronteira da agricultura está nas áreas áridas. “A agricultura não precisa de chuva, precisa de água. A sanidade é melhor controlada em regiões áridas e há tecnologias para disponibilizar água de forma eficiente”. O professor ressaltou que, de acordo com um conjunto de tendências, o Vale tem todas as condições para o sucesso.  

 

Cadeias produtivas

As cadeias produtivas da pecuária e da fruticultura estiveram em debate em duas salas temáticas simultâneas durante o evento. A pecuária é uma das principais atividades econômicas da região. Foram discutidos dados atuais e oportunidades para o setor no painel “Conjuntura da bovinocultura: cenários e tendências”.

Resultados do projeto “Tecnologias Agropecuárias para o Semiárido Mineiro”, coordenado pela Embrapa Milho e Sorgo na região, demonstraram a viabilidade econômica e os benefícios de práticas como a integração Lavoura-Pecuária (ILP). Com o projeto, foram implantadas tecnologias em dezenas de propriedades rurais a fim de garantir a produção de alimentos para os rebanhos durante todo o ano. Com a ILP, produtores conseguiram produzir silagem para seus animais e para venda, além de reformar áreas de pastagens que estavam degradadas.

Em relação à fruticultura, que tem conquistado cada vez mais espaço no Vale, foram debatidos desafios e oportunidades, bem como alternativas de mercado e empreendedorismo.

 

 

Potencialidades

Em plenária, representantes da pecuária e da fruticultura puderam compartilhar uma série de informações e discutir as potencialidades do território.

O pesquisador Daniel Guimarães, da Embrapa Milho e Sorgo, apresentou levantamentos de solos, hidrografia, relevo, vegetação e infraestrutura da região. O diagnóstico demonstra que é bom o estado de conservação da bacia do Rio Jequitinhonha, e o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) indica o potencial da região para diversas culturas.

 

Articulação

No último dia do congresso, o tema em foco foi governança territorial. O painel ressaltou a importância da união de diferentes atores para a promoção do desenvolvimento regional. Foram destacadas as parcerias e a possibilidade de uso da Inteligência Territorial Estratégica (ITE). 

O geógrafo Hilton Silveira, da Embrapa, explicou que o território é o elemento central na elaboração dos planos de desenvolvimento. “A ITE vê a região ou o território como uma combinação única de características, com demandas diferenciadas para o seu desenvolvimento. Um Sistema de Inteligência Territorial Estratégica tem que ser capaz de avaliar cenários e indicar prioridades e agendas técnicas, com ações e investimentos”.

Anderson Cabido, analista do Sebrae Minas, ressaltou a necessidade da governança para a coordenação de esforços de todos os parceiros. “É preciso que haja planejamento e gestão baseados em dados e indicadores. E é necessário combater a descontinuidade das políticas públicas, que ocorre onde não há governança territorial estabelecida”.

 

Desdobramentos

No encerramento do congresso, Fredson Chaves, supervisor de Transferência de Tecnologias da Embrapa Milho e Sorgo, chamou a atenção para a importância da continuidade das ações no Vale do Jequitinhonha. “Estamos aqui não para encerrar, mas para dar sequência a esse ciclo virtuoso que foi construído ao longo dos últimos anos. A gente não quer que este seja mais um evento e sim um marco neste território Cada representante das instituições públicas e privadas está presente para atuar pelo desenvolvimento do Vale”.

Humberto Pereira, analista do Sebrae, ressaltou a urgência das ações. “O Vale tem pressa. Já perdemos tempo demais. Temos de fazer acontecer. Esse congresso é símbolo disso. É preciso acelerar o desenvolvimento dessa região, e isso é possível se todos nos unirmos”.

O prefeito de Almenara, Ademir Gobira, anfitrião do evento, destacou a necessidade do trabalho conjunto das instituições e produtores. “Precisamos pensar e agir juntos pelo desenvolvimento do Vale. É na união que somos fortes”.

Dentro do propósito de atuação conjunta pelo desenvolvimento, no dia 21, ocorreu a assembleia de fundação da Associação dos Produtores Rurais do Vale do Jequitinhonha (Provale), que foi apresentada no encerramento do congresso aos participantes.

Documentos

Representantes da pecuária e da fruticultura elaboraram documentos com as principais demandas e propostas para o desenvolvimento das cadeias produtivas.

No caso da bovinocultura, as principais proposições foram: investimentos em mecanização agrícola pelas prefeituras para disponibilização aos produtores (patrulhas mecanizadas); recursos para equipamentos e disseminação de informações ligados à produção e conservação de forragens; regularização fundiária rural; discussões para mudanças na interpretação e aplicação da legislação ambiental (Resolução conjunta SEMAD/IEF nº 1905, de 12 de agosto de 2013).

Para o desenvolvimento da fruticultura, destacam-se as seguintes ações indicadas: implantar o Polo de Fruticultura do Médio e Baixo Jequitinhonha; conhecer o potencial hídrico e área disponível com foco na fruticultura irrigada; elaborar material técnico com as potencialidades da região, visando a disponibilização de políticas públicas para fomento da fruticultura; atrair investidores; incluir o Vale do Jequitinhonha na área de atuação da Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf); fortalecer o cooperativismo e o associativismo de produtores.

Os documentos elaborados foram entregues a autoridades presentes no evento: deputado federal Zé Silva; Jefferson Coriteac, presidente da Anater; Ricardo Demichelli, subsecretário de Agricultura Familiar e Desenvolvimento Rural Sustentável de Minas Gerais ; e prefeito Ademir Gobira, de Almenara.

 

Parcerias

Realizado pelo Sebrae Minas, a Prefeitura de Almenara e a Embrapa, o congresso contou com a parceria da Nova Ambaj (Nova Associação dos Municípios da Microrregião do Baixo Jequitinhonha), AnaterCodevasfEmater-MGEpamig, do Sicoob CredivaleSistema Faemg/Senar e BNB.

Técnicos da extensão rural tiveram presença marcante no evento, com forte atuação e relevantes contribuições dos representantes da Emater-MG e do Sistema Faemg/Senar.

Marina Torres (MTb 08577/MG)
Embrapa Milho e Sorgo

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Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
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