09/04/12 |   Gestão Estratégica  Mudanças climáticas

Prosa Rural - Manejos para uma agricultura de baixa emissão de carbono

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Abril/2012 - 2ª semana - Região Nordeste/Vale do Jequitinhonha

Em tempos de mudanças do clima, a agricultura precisa buscar um novo equilíbrio entre as quantidades de carbono que são incorporadas ao solo em práticas de adubação, por exemplo, e as que retornam para a atmosfera na forma de gases e tornam o ambiente mais quente. A entrada do carbono no sistema solo forma compostos orgânicos com estruturas complexas devido à interação dos minerais, microrganismos e plantas. No semiárido, a exploração agrícola contínua e intensiva tem alterado de tal forma o solo que a consequência é a sua degradação.

É uma situação que reduz a qualidade do solo e ameaça a sustentabilidade do agronegócio da região, diz a engenheira agrônoma Vanderlise Giongo Petrere, pesquisadora da Embrapa Semiárido (Petrolina/PE), convidada do Prosa Rural desta semana.

Ela afirma que os prognósticos para as alterações no clima apontam para a ocorrência de grandes impactos na região mais seca do Nordeste. Os estudos que realiza junto com pesquisadores de especialidades diversas procuram promover o avanço da fronteira do conhecimento científico e tecnológico com o objetivo de propor sistemas agrícolas sustentáveis.

Segundo ela, agricultura de baixa emissão de carbono é uma nominação recente em função das mudanças climáticas e emissão de gases de efeito estufa. É sabido que o uso da terra para fins agrícolas altera as concentrações de carbono e, normalmente, nos manejos utilizados, a emissão de gases de efeito estufa é maior que o sequestro de carbono também feito pelas plantas. "Estamos propondo tecnologias para que o uso agrícola emita menos carbono, menos CO2, menos gases de efeito estufa e tenha habilidade de reter este carbono", explica.

No Prosa Rural, a pesquisadora  destaca os bons resultados em testes com adubação verde e irrigação para a retirada de carbono da atmosfera, adicionando-o ao solo e deixando-o disponível para a fertilização dos cultivos. Complementa a isso a orientação sobre manejos que, ao contrário daqueles que são praticados na agricultura convencional, retém grande parte do carbono no solo e faz com que apenas uma pequena quantidade retorne ao ambiente na forma de gás que provoca o efeito estufa.

Segundo Vanderlise, a semeadura de adubos verdes na forma de coquetéis vegetais  acompanhada de práticas como o não revolvimento do solo contribuem para a baixa emissão de carbono na atmosfera, pois faz com que a quantidade de carbono que entra no sistema seja sempre superior ao que sai, formando verdadeiros "sumidouros" deste elemento químico. "Assim se chega a uma agricultura de baixo carbono", afirma. "O coquetel vegetal é uma das tecnologias propostas com essa finalidade, onde utilizamos a mistura de leguminosas, gramíneas e oleaginosas, podendo ter de 12 a 14 espécies de culturas anuais", complementa.

Saiba mais sobre este assunto ouvindo o Prosa Rural, o programa de rádio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. O programa conta com o apoio do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.

 

Região Nordeste/Vale do Jequitinhonha

 

Marcelino Ribeiro (DRT-BA 1127)
Embrapa Semiárido

Contatos para a imprensa

Telefone: (87) 3866-3734

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/

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