24/10/11 |   Agricultura familiar

Prosa Rural - Controle alternativo da traça-das-crucíferas com uso de fungos

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Outubro/2011 - 4ª semana - Região Nordeste/Vale do Jequitinhonha

As brássicas constituem uma das principais fontes de alimento dos países desenvolvidos, sendo cultivadas em todas as regiões do mundo, gerando a cada ano grande renda para os agricultores. Dentre as espécies de brássicas a couve se destaca por ser altamente consumida em praticamente todas as regiões do Brasil, seja na sua forma crua ou refogada, juntamente com outros alimentos. Existem diversas variedades de couve, no entanto, a mais consumida é a couve do tipo "manteiga", que apresenta folhas mais macias em relação a outras variedades, sendo esse tipo preferido pelos consumidores em geral.

Essa brássica é atacada por várias espécies de pragas, cuja importância econômica varia de acordo com o local de plantio. Dessas, a traça-das-crucíferas (Plutella xylostella) e considerada uma das principais de ocorrência registrada na maioria dos pólos olerícolas. Os ataques severos acontecem principalmente na época mais seca do ano podendo ocasionar perdas totais dos campos de produção. A traça-das-crucíferas tem se tornado uma praga de difícil controle, não só na cultura da couve como também na cultura de outras brássicas, como brócolis e repolho. Em Itabaiana produtores de couve e brócolis têm sofrido com ataques da traça, que se tornou a principal praga nessas culturas causando enormes prejuízos. Em geral, essa praga tem sido controlada com inseticidas químicos.

O uso indiscriminado desses produtos pelos produtores tem gerado problemas quanto à resistência da traça a determinados ingredientes ativos indicados para seu controle, além disso, os níveis de resíduos dos produtos nessa cultura têm dificultado a aceitação por parte dos consumidores dificultando sua comercialização. No pólo produtor de Itabaiana os danos causados pela traça, somado a falta de conhecimento e acesso do produtor por melhores práticas, levam ao uso de produtos sem registro para a praga ou cultura, na busca por um controle efetivo da traça. Estes fatos, associados à necessidade em reduzir o impacto dos produtos químicos ao ambiente e aos aplicadores de agrotóxicos, tem contribuído para identificação de outros meios de controle da traça.

Os fungos entomopatogênicos têm sido utilizados como uma forma alternativa de controle de pragas ao uso de inseticidas. Na história do controle biológico com fungos entomopatogênicos se destaca o controle da cigarrinha-da-raiz-da-cana-de-açúcar por Metarhizium anisopliae, desde que ocorreu sua epizootia em 1964 no Nordeste. Essa espécie de fungo é produzida artificialmente e utilizada em muitas propriedades de cana-de-açúcar no sudeste e nordeste do Brasil. Diversos programas de controle biológico, baseados na utilização deste microrganismo vêem sendo utilizados para o controle de diversas pragas em diferentes culturas. Estes exemplos, dentre outros, têm gerado muitos estudos sobre este microrganismo, avaliando sua ação como entomopatógeno e mais específicos para algumas espécies, não somente sobre a patogenicidade às pragas, mas também, sobre os métodos de identificação e infecção dos insetos.

Saiba mais sobre este assunto ouvindo o Prosa Rural, o programa de rádio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. O programa conta com o apoio do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.

 

Região Nordeste/Vale do Jequitinhonha

 

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Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/

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