Dia de campo atualiza extensionistas do Projeto Rural Sustentável (PRS Cerrado)

O dia de campo “Sistemas sustentáveis de produção agropecuária” reuniu 30 técnicos que prestam assistência técnica e extensão rural no Projeto Rural Sustentável (PRS Cerrado). O evento, realizado em 24 de agosto, na Embrapa Milho e Sorgo, em Sete Lagoas-MG, integrou a programação da capacitação de mesmo nome realizada nos dias 22 e 23. A iniciativa faz parte da parceria entre a Embrapa e o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade (IABS). O dia de campo aconteceu na Unidade de Referência Tecnológica e de Pesquisa em Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (URTP ILPF) da Embrapa Milho e Sorgo. A Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) é uma estratégia de produção que integra diferentes sistemas produtivos, agrícolas, pecuários e florestais, dentro de uma mesma área. Pode ser feita em cultivo consorciado, em sucessão ou em rotação, de forma que haja benefício mútuo para todas as atividades. Nas estações no campo, os pesquisadores mostraram como são feitos o Sistema Plantio Direto, o manejo e o consórcio de culturas e os resultados da produção animal, de forrageiras e de grãos para a viabilidade do sistema. As modalidades de cultivo em ILPF são Integração Lavoura-Pecuária (ILP), Integração Lavoura-Floresta (ILF), Integração Pecuária-Floresta (IPF) e Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF). Na primeira estação, os pesquisadores Emerson Borghi e Miguel Gontijo, da Embrapa Milho e Sorgo, abordaram como é feito o consórcio eucalipto-milho-braquiária. “Hoje temos aqui uma aula prática referente ao conteúdo da capacitação. Tudo o que vocês viram nos dois dias anteriores, vocês verão aplicado”, explicou Borghi. “A área do sistema ILP, coordenada pelo pesquisador Ramon Alvarenga, é a mais antiga de demonstração do sistema ILP em Minas Gerais, com 18 anos. A área de sistema ILPF é coordenada pelo pesquisador Miguel Gontijo e tem 14 anos”, disse Borghi, explicando como foi feita a divisão das áreas. “Aqui é uma Unidade de Referência Técnica e de Pesquisa. As áreas de ILP e de ILPF são modelos que se aplicam a qualquer tipo de propriedade rural. Porém todos os dados coletados aqui têm delineamento estatístico, justamente para comprovar as hipóteses que são levantadas dentro dos sistemas”, pontuou Borghi. Na estação, Gontijo apresentou informações sobre a implantação e os resultados observados nos sistemas ILPF compostos pelo consórcio eucalipto-milho-capim. Nesses sistemas, nos três primeiros anos após a implantação, as faixas entre os renques de eucalipto foram cultivadas com milho-braquiária e, após a terceira safra, a pastagem ficou estabelecida. Assim, foram apresentados os resultados da produtividade de grãos, forragens de milho e das pastagens e a produção de madeira até a maturação do sistema aos 10 anos. Gontijo pontou sobre a viabilidade, a sustentabilidade e a complexidade de condução do sistema. Na segunda estação, Márcia Cristina da Silveira (Embrapa Pecuária Sul) e Ramon Alvarenga (Embrapa Milho e Sorgo), acompanhados pelo técnico Sergio Teixeira, falaram das atividades e dos resultados do projeto de pesquisa “Potencialidades do sistema ILP para alavancar a agropecuária em regiões do Cerrado com limitações edafoclimáticas”. “É necessário ajustar as tecnologias de acordo com a realidade das propriedades rurais. Melhores resultados e melhor produtividade promovem o aumento da renda e da qualidade de vida do produtor rural”, disse Alvarenga. “É uma área que demonstra que as tecnologias dos sistemas ILP podem ser adotadas por pequenos, médios e grandes produtores. Os resultados demonstram que as adoções dos sistemas atendem à demanda por intensificação sustentável”, disse Silveira. IABS As ações de capacitação em Mudanças Climáticas e Desenvolvimento Rural Sustentável no Cerrado, com foco em sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) e Recuperação de Pastagens Degradadas (RPD), estão previstas no Projeto “Agricultura de Baixo Carbono e Desmatamento Evitado para Reduzir a Pobreza no Brasil Fase II – Desenvolvimento Rural Sustentável no Cerrado”. Mais conhecido como PRS - Cerrado, este projeto faz parte de um cooperação técnica aprovada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), com recursos do Financiamento Internacional do Clima do Governo do Reino Unido, tendo o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) como beneficiário institucional, o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade (IABS) como executor, e a Embrapa, com apoio da Associação Rede ILPF, na coordenação científica. O IABS realiza projetos e apoia iniciativas que promovem ações de implementação de práticas agropecuárias sustentáveis. Em Minas Gerais, o PRS - Cerrado executa ações em 25 municípios. A gerente de Cursos Presenciais do projeto, Marília Nepomuceno, relatou que “o Programa de Capacitação volta-se para promover a construção de habilidades locais em práticas produtivas sustentáveis e tecnologias de agropecuária de baixa emissão de carbono, fornecendo atividades formativas para produtores e produtoras rurais, Agentes de Assistência Técnica e de Extensão Rural (ATECs), gestoras e gestores públicos, estudantes e outros atores sociais envolvidos com as atividades produtivas, na área de abrangência do PRS - Cerrado, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul”. “Temos o objetivo de capacitar, treinar e sensibilizar diferentes públicos do projeto nas temáticas das mudanças climáticas e da agropecuária sustentável de baixa emissão de carbono”, disse Nepomuceno. A Embrapa, compõe o arranjo institucional e é responsável pela coordenação científica do projeto, integrou o Curso Presencial em Minas, trazendo o engenheiro agrônomo Marco Aurélio Noce, da Embrapa Milho e Sorgo, para coordenar a participação dos pesquisadores da instituição. O Coordenador de Campo em Minas Gerais, Victor Moura de Oliveira e sua equipe, a Coordenadora de Processos, Kamila Rocha, e Vanessa Santos, Gerente de Benefícios Coletivos do projeto também participaram da capacitação junto com Nepomuceno. Editado em 04/9/2023.