Qualidade e Produção de Alimentos Seguros

Conteúdo migrado na íntegra em: 20/12/2021

Autor

Joana Maria Leite de Souza - Embrapa Acre

 

Nativa da Região Amazônica, a castanheira (Bertholletia excelsa H.B.K.) é considerada uma das maiores riquezas da Amazônia brasileira.  Um dos grandes problemas na conservação das amêndoas de castanha-do-brasil deve-se ao crescimento de fungos produtores de aflatoxinas e bactérias patogênicas, consequências das condições de umidade relativa do ar e temperatura elevadas a que são submetidas desde o momento da queda do ouriço.No Acre, os extrativistas realizam a coleta dos frutos da castanheira entre os meses de janeiro e março, com algumas variações decorrentes de diferenças nas condições climáticas.

A colheita convencional, aplicada às outras culturas, torna-se praticamente impossível devido ao elevado porte das plantas e também pelo risco de serem colhidos frutos imaturos. Desta maneira, recomenda-se coletar os frutos caídos no chão, que certamente estarão completamente maduros fisiologicamente.Utilizando os princípios da Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle, buscou-se identificar os perigos de origem física, química e microbiológica associados à qualidade sanitária da castanha-do-brasil, especialmente as bactérias do grupo coliformes, mesófilas e fungos produtores de micotoxinas em toda a cadeia produtiva. Sempre que possível, as fontes potenciais de contaminação da castanha, seja pelo meio ambiente, animais silvestres, condição de produto extrativista ou contato com o homem e animais de trabalho, devem ser consideradas. O extrativista deve avaliar as condições da safra anterior, verificando os arredores das árvores, a limpeza das estradas ou piques que serão novamente utilizados com o objetivo de identificar perigos na safra atual (Figura 1).

 

Foto: Joana Souza

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Figura 1. Extrativista realizando limpeza de área sob a copa da castanheira