Socioeconomia

Conteúdo atualizado em: 06/11/2023

Autor

Alcido Elenor Wander - Embrapa Arroz e Feijão

Osmira Fatima da Silva - Embrapa Arroz e Feijão

 

Importância socioeconômica

Historicamente, o feijão já foi cultivado no Brasil por muitos pequenos produtores, com baixo uso de insumos externos, e voltado sobretudo para a subsistência das famílias. Essa tradição, no entanto, foi dando lugar a cultivos mais tecnificados e em maior escala, utilizando controle fitossanitário e colheita mecanizada, às vezes, irrigados, os quais, com maior aporte de insumos no processo produtivo, alcançam produtividades superiores a 3.000 kg/ha.

O cultivo dessa leguminosa é difundido em diferentes regiões do País, com perfis de produtores diversos e com níveis de acesso à informação bastante heterogêneos, dificultando a organização da cadeia produtiva.

No período de 1974 a 2021, a área de plantio de feijão-comum no Brasil sofreu uma redução de 4.288.555 ha para 2.613.086 ha (-39%); a produção, contudo, aumentou de 2.238.012 t para 2.899.864 t (+30%), graças ao incremento na produtividade média de 522 kg/ha para 1.110 kg/ha (+113%). Este volume de produção é próximo do consumo interno de feijões. O Brasil exporta aproximadamente 100 mil toneladas, porém importa quantidades de outros tipos de feijões de mesmo volume.

Em 2021, foram produzidas mundialmente um total de 27.715.023,7 toneladas de feijões secos. Mesmo com esse pequeno volume de produção mundial de feijão, 17% são produzidos para exportação. Em 2021, cinco países foram responsáveis por 59,2% dessa exportação: Myanmar, 30,2%; Estados Unidos, 8,8%; Argentina, 8,6%; Canadá, 7,9%; e China, 3,8%.

O sistema de comercialização é o mais variado possível, com predomínio de um pequeno grupo de atacadistas que concentra a distribuição dos grãos, ocasionando, muitas vezes, especulações quando ocorrem problemas na produção. Com a informatização, os produtores têm maior facilidade de acesso às informações de mercado, criando melhores possibilidades de comercialização do produto e, consequentemente, gerando maior renda.

Dependendo da região, o plantio de feijão no Brasil é feito ao longo do ano, em três épocas, de tal forma que, em qualquer mês, sempre haverá produção em algum ponto do País, o que contribui para o abastecimento interno e reduz a oscilação dos preços.