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06/09/22 |

Chefe-geral da Embrapa Agroenergia fez palestra de abertura na Green Rio 2022

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Foto: Divulgação

Divulgação - Alexandre Alonso na Green Rio 2022

Alexandre Alonso na Green Rio 2022

“Contribuições da agricultura para bioeconomia e descarbonização” foi o tema da palestra de abertura da Green Rio 2022, proferida por Alexandre Alonso, chefe-geral da Embrapa Agroenergia, que representou o presidente da Embrapa, Celso Moretti. A palestra aconteceu no dia 1 de setembro, no Rio de Janeiro, palco da 10ª edição do Green Rio/ Green Latin America, uma plataforma para negócios, inovação e pesquisa em bioeconomia e economia verde.

 

Futuro: desafios globais

O primeiro tópico abordado por Alonso em sua apresentação foram os desafios globais do futuro. Para Alonso, os cinco principais serão energia, água, alimento, ambiente e pobreza. “Temos diversos desafios pós-pandemia de Covid e conflito Rússia/Ucrânia, e boa parte deles têm relação com a produção de alimentos e energia”, disse Alonso.

Sobre o tema “Desenvolvimento Sustentável”, o pesquisador afirmou que os desafios globais são multifacetados e persistentes, e localizados em domínios interligados e interdependentes, como a biosfera, o sócio-institucional e o tecnológico/econômico. 

“Estamos gradualmente aprendendo que há  um erro de design nos processos de desenvolvimento (e em especial na economia tradicional). É imperativo que se promova desenvolvimento fundamentado em processos mais inteligentes de produção e consumo, de solução de conflitos, de promoção de progresso mais justo, menos assimétrico e, nesse sentido, políticas e ciência são elementos críticos”, afirmou. Alonso também falou da visão sistêmica e os nexos dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU/Agenda 2030, considerados por ele como “a reinvenção do conceito de desenvolvimento”.

Outra “reinvenção” apontada como necessária por Alonso é a do modelo econômico corrente, no qual as palavras de ordem passam a ser Bioeconomia, Economia Circular e Economia Verde. “Há muitos sinais indicando a necessidade de reinvenção do paradigma econômico dominante. A nova economia e a agricultura têm muito em comum e ambas são dependentes de sistemas biológicos, renováveis”, disse Alonso. 

 

Descarbonização

O chefe-geral da Embrapa Agroenergia também falou do mercado de carbono, considerado por muitos a “commodity do futuro”. “O Brasil é uma potência agroambiental e por isso podemos ser os maiores geradores de crédito de carbono do mundo”, disse Alonso. Na apresentação, Alonso mostrou que cerca de 75% da oferta de créditos de carbono virá da agricultura, pecuária e florestas, e que o Brasil poderá suprir até 37,5% da demanda mundial voluntária até 2030, gerando US$ 100 bilhões em créditos (ICC, 2021).

“Temos o desafio de recuperar 15 milhões de ha de pastagens degradadas, e implementar sistemas lavoura-pecuária-floresta (ILPF) em mais 5 milhões de ha até 2030, práticas que representam 98% do potencial de mitigação do setor”, disse Alonso, citando dados do ICC.

Ele também citou o caso de sucesso de política pública brasileira que em 2022 já emitiu 57,41% da meta anual de créditos de descarbonização. Se a meta total for atingida, o Brasil deverá mitigar 20,66 milhões de toneladas de CO2, valor equivalente a 144,6 milhões de árvores em termos de captura de carbono. 

 

Bioeconomia e Agricultura Brasileira

Sobre bioeconomia/economia circular, Alonso citou a participação estimada da bioeconomia no Brasil, que é de aproximadamente13,8% do PIB, o que equivale a 286 bilhões de dólares. O pesquisador também falou da pujança da agricultura brasileira, baseada em mais de 300 espécies de cultivos e que contribui com 26,6% do PIB e 20,1% da força de trabalho do País. “Temos mais de 350 tipos de produtos que chegam a cerca de 200 mercados do planeta. E, tudo isso, mantendo 66,3% da vegetação nativa intacta”, ressaltou Alonso.

Alonso também falou do papel dos biocombustíveis na economia circular do carbono lembrando que, desde o lançamento dos veículos flex até fevereiro de 2019, o uso do etanol evitou a emissão de 535 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera, o que equivale ao plantio de 4 bilhões de árvores ao longo de 20 anos. “O Acordo de Paris definiu como meta a redução de 37% das emissões de gases do efeito estufa até 2025, em relação aos níveis de 2005, e tudo indica que até 2030 a meta será reduzir 43% das emissões”.

 

O futuro é bio

Concluindo a sua apresentação, Alexandre Alonso lembrou que ciência, tecnologia e inovação são os drivers, ou seja, o que move a bioeconomia, e que o futuro é "bio". “Hoje já temos novos mercados para os bioinsumos, bioprodutos e químicos renováveis e, por meio de tecnologias como a das biorrefinarias, onde se aproveita todo o potencial das biomassas, já se provou que é possível conciliar a produção de bioenergia sem impactar a produção de alimentos”, afirmou.

“Nosso planeta é finito, mas criatividade e inovação são processos sem limites, infinitos”, foi a mensagem final deixada por Alonso aos participantes da Green Rio 2022.

 

Reunião

Além da palestra, Alonso também participou da III Reunião do Comitê Diretivo da Cooperação Brasil-Alemanha em PD&I em Bioeconomia, também no dia 1/9. A Cooperação Bilateral vem sendo estruturada desde 2015, quando foi assinado um Memorando de Entendimento entre o MCTI e a BMBF (Ministério de Educação e Pesquisa da Alemanha) para Cooperação Científica e Tecnológica na área de Bioeconomia. 

Desde então os países articulam ações conjuntas, como as Chamadas Conjuntas lançadas em 2020 para a contratação de quatro projetos de desenvolvimento conjunto entre Brasil e Alemanha nos temas "Uso industrial da biomassa" e "Plantas medicinais e aromáticas". Ambos os projetos tiveram seus resultados preliminares apresentados na Green Rio 2022.

Irene Santana (Mtb 11.354/DF)
Embrapa Agroenergia

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Telefone: (61) 3448-1581

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
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