15/02/12 |

Dia de Campo apresenta novas variedades de mandioca para produção no Semiárido

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Com o objetivo de introduzir novas variedades de mandioca para consumo humano, animal e processamento em comunidades do sertão nordestino, a Embrapa Semiárido, em parceria com a 3ª Superintendência Regional da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), vem buscando identificar aquelas que melhor se adaptam às condições da região.

As pesquisas, iniciadas em 2007, com apoio financeiro do Banco do Nordeste, apontam opções mais promissoras para áreas irrigadas do Vale do São Francisco. Os resultados serão apresentados em um Dia de Campo, na sexta-feira (17), na área do produtor Mariano Inácio, Núcleo 4, no Projeto de Irrigação Senador Nilo Coelho, em Petrolina (PE).

De acordo com a pesquisadora da Embrapa Semiárido Alineaurea Florentino Silva, responsável pelos trabalhos, a avaliação de diversos aspectos agronômicos e culinários das plantas resultaram no destaque das variedades Dona Diva e V3, que apresentaram maior produtividade (acima de 30 toneladas por hectare de raízes comerciais), melhor qualidade de raízes (diâmetro acima de 45mm e comprimento acima de 55cm), precocidade, menor susceptibilidade a pragas e doenças e maior conservação pós-colheita na maioria dos testes realizados nas comunidades.

Estas duas variedades apresentam cor de casca e de polpa semelhantes à variedade local (Recife), facilitando a aceitação no mercado regional, além de sabor agradável e rápido cozimento, características requeridas para uso culinário. Foram considerados ainda aspectos como a produção de ramos e folhas, índice de colheita e rendimento de amido. "Tais características tornam-se importantes quando se avalia o potencial dessas variedades de mandioca para a criação de animais, uma das atividades presentes nos sistemas de produção das áreas irrigadas e que é alternativa no período em que o preço das raízes está em baixa", explica Alineaurea.

Pesquisa

Os experimentos com mandioca de mesa produzidas com sistema de irrigação estão sendo realizados em mais de 9 locais, incluindo os perímetros irrigados Nilo Coelho (Núcleos 3, 4, 5, 6, 9, 11 e área Maria Tereza), Bebedouro, Brígida, além da Ilha Massangano e Vazantes de algumas áreas dependentes de chuva no interior de Petrolina. Em todas elas foram implantadas seis variedades - Dona Diva, Mineiro, Guela de Jacu, V3, Gema de Ovo e Recife - esta última já cultivada e bem aceita pelas comunidades, sendo considerada, na pesquisa, como uma testemunha local, para comparação com as demais.

A pesquisadora ressalta a importância da participação dos agricultores e das famílias nas avaliações, o que permite maior validação dos resultados alcançados, facilitando a aceitação entre os produtores, compradores e consumidores dessas variedades, que estão previstas para serem recomendadas no próximo ano. Os experimentos são realizados também com o apoio de instituições como PLANTEC, PROJETEC, IPA, SEBRAE, CNPMF, SENAI, Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Petrolina, Prefeitura Municipal de Petrolina e diversas Associações de Produtores do Município.

No projeto, estão sendo realizados ainda experimentos com novas variedades para as áreas dependentes de chuva. Neste caso, são avaliadas características como percentagem de matéria seca nas raízes, qualidade de farinha e teores de proteína na parte aérea - resultados que contribuirão na escolha das variedades mais apropriadas para os usos que são dados à mandioca nas áreas dependentes de chuva, como preparo de farinha torrada e raspa para animais.

Também nessas áreas, a participação dos agricultores permitiu melhores resultados, principalmente pelos testes realizados com co-produtos, como raspa das raízes e mandioca chip. Neste caso, destacam-se as variedades Engana Ladrão, Cambadinha e Curvelinha, que além de bons resultados de produtividade (acima de 25 toneladas por hectare em área dependente de chuva) e rendimento de raspa, possuem coloração de casca das raízes brancas (Cambadinha e Curvelinha), o que favorece a aparência dos produtos e maior aceitação no mercado.

Em todas as comunidades acompanhadas, onde foram implantadas as novas variedades, foi recomendado o cultivo de maneira agroecológica, sem uso de agrotóxicos, evitando a contaminação do solo, das águas e do agricultor do local. Para tanto, foi recomendado o uso de calda de pimenta e manipueira no controle de ácaros verdes e rajados presentes nas folhas da mandioca, o que tem sido avaliado e aprovado pelos produtores acompanhados no projeto.

Contatos:
Alineaurea Florentino Silva – pesquisadora;
alinefs@cpatsa.embrapa.br

Fernanda Birolo  (MTb/AC 81)
fernanda.birolo@cpatsa.embrapa.br

Marcelino Ribeiro  (MTb/BA 1127)
marcelrn@cpatsa.embrapa.br

(87) 3866-3734

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/