"O que a Embrapa Semiárido faz está muito próximo do que o agricultor quer e do que o agricultor precisa". Esta é a avaliação feita pela médica veterinária Ludmilla Peixoto ao avaliar o XII Curso Novo Enfoque Tecnológico de Convivência com o Semiárido, realizado na sede do centro de pesquisa, em Petrolina (PE). Ludmilla coordena a área de assistência técnica e extensão rural em projetos de desenvolvimento da pecuária assistidos pelo Instituto Agropolos, no estado do Ceará. A sua opinião a respeito dos trabalhos da Embrapa Semiárido foi-se constituindo ao longo de 40 horas do curso programado com 14 palestras e visitas a áreas experimentais para observar o desempenho de tecnologias implantadas no campo. Nos cinco dias de duração do treinamento, esteve acompanhada de mais 16 profissionais do Instituto Agropolos, que atuam nas áreas de pecuária (caprinocultura de leite), agricultura e culturas para produção de biocombustível. Também participaram dois alunos do Instituto Federal da Bahia e um médico veterinário do Senar/Bahia. Leite – Este treinamento é uma das atividades de dois projetos, frutos de convênios firmados entre o Fundo de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNDECI), do Banco do Nordeste, e o Instituto Agropolos: "Enriquecimento com Spondias como alternativa de manejo sustentável da Caatinga nos Sistemas de Produção da Agricultura Familiar do Estado do Ceará" e "Alternativas Agroecológicas para o Manejo Sustentável de Plantas Forrageiras nos Sistemas de Criação da Agricultura Familiar do Estado do Ceará". Os dois projetos foram elaborados por técnicos do instituto, após visita e reuniões com pesquisadores na sede da Embrapa Semiárido. Eles vão beneficiar 80 agricultores: 40 no município de Quixadá (Sertão Central) e outros 40 em Tauá (Sertão dos Inhamuns). A maioria vai ser selecionada dentre os 140 agricultores envolvidos no Projeto de Desenvolvimento da Caprinocultura de Leite, implantado em 2010 no Ceará pelas secretarias do Trabalho e Desenvolvimento Social (STDS) e do Desenvolvimento Agrário (SDA). Além das capacitações, cada um recebeu 20 cabras e um reprodutor, todos com aptidão leiteira. O projeto ainda fez a doação às associações de 4 tanques de resfriamento de leite, com capacidade de armazenamento de 1.000 litros. Para fomentar a atividade, a SDA compra a produção por meio do Programa Leite Fome Zero. Forrageiras – Os novos projetos financiados pelo Banco do Nordeste vão focar a produção e conservação de alimentos para os rebanhos. Nas propriedades, os agricultores vão receber mudas e sementes para cultivar em 1ha consórcios entre forrageiras, plantas para subsistência (feijão e milho) e fruteiras, do gênero Spondia. Algumas forrageiras já são tradicionais tanto em Quixadá quanto em Tauá, a exemplo da palma. Contudo, o curso realizado na Embrapa Semiárido revelou mais opções como melancia forrageira, pustumeira, pornunça dentre outros exemplares de plantas forrageiras que podem ser utilizadas na alimentação animal, apresentando bons resultados. Público – Para a zootecnista Claudelice Rosa, do Instituto Agropolos, o curso foi "muito bom". Nem sempre dá para levar com a gente 100% do que vimos nas palestras e visitas a campo, ela diz. "Mas com as capacitações se consegue visualizar melhorias para serem levadas aos agricultores. A gente sai daqui cheia de ideias para levar para eles". O curso já está em sua 12a edição, e atende prioritariamente profissionais de instituições públicas, entidades privadas e organizações não governamentais envolvidas com a extensão rural e assistência técnica aos agricultores. O conteúdo do programa de palestras e de visitas a áreas de demonstrações de tecnologias é definido a partir de demandas apontadas em capacitações e treinamentos desses públicos. Elder Rocha, supervisor do Núcleo de Comunicação Organizacional (NCO) da Embrapa Semiárido, destaca que o curso tem contribuído para aproximar o centro de pesquisa dos órgãos e entidades que atuam diretamente com os segmentos agrícolas. E um aspecto positivo disso "é que contribui para ajustar estratégias de atuação e valorização dos recursos naturais. Assim criamos condições para intervir de forma sustentável nas áreas dependentes de chuva dos estados da região Nordeste". Contatos: Elder Rocha – Núcleo de Comunicação Organizacional (NCO) emmrocha@cpatsa.embrapa.br Ludmilla Peixoto – Instituto Agropolos; ludmilla@institutoagropolos.org.br Fernanda Birolo - Jornalista (MTb/AC 81) fernanda.birolo@cpatsa.embrapa.br Marcelino Ribeiro - Jornalista (MTb/BA 1127) marcelrn@cpatsa.embrapa.br Tel.: (87) 3866-3734