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Tecnologia e crédito podem melhorar convivência com a seca no Semiárido

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Foto: Agência de Notícias - Embrapa

Agência de Notícias - Embrapa - Tecnologia e crédito podem melhorar convivência com a seca no Semiárido

Tecnologia e crédito podem melhorar convivência com a seca no Semiárido

Os produtores do Semiárido brasileiro terão acesso a recursos especialmente destinados à região. O Plano Safra do Semiárido 2013/2014, apresentado hoje em Salvador (BA), conta com R$ 7 bilhões a juros mais baixos para financiar infraestrutura produtiva adequadas à realidade da região, como construção de barragens, cisternas, poços, recomposição de rebanhos, investimentos em culturas relevantes para a região e sistemas produtivos que contemplem a reserva de alimentos para animais.

Durante a cerimônia de lançamento, o governo apresentou uma série de medidas para fortalecer a produção agrícola e pecuária. Entre elas, a ampliação do acesso aos programas de compras públicas do Governo Federal, o aumento dos preços de garantia de importantes produtos da região, a nova modalidade para o Programa de Aquisição de Alimento, que, apenas na região nordeste, permitirá a aquisição de alimentos para consumo animal e para compra de mudas e sementes para produção agrícola, e a ampliação dos serviços de assistência técnica e extensão rural.
 
Novas medidas para o Semiárido
O presidente da Embrapa, Maurício Lopes, esteve presente no lançamento do plano. Juntamente com as ações estruturantes para a convivência com a seca – definição de políticas públicas específicas para a região e envolvimento de atores e agentes regionais –, foram apresentadas alternativas tecnológicas que podem melhorar a produção na região.

Lopes disse que o Plano Safra Semiárido é uma ação inédita do Governo Federal que permitirá que a Embrapa e as instituições parceiras possam se mobilizar para apoiar os agricultores da região na busca de soluções tecnológicas testadas e validades pela pesquisa. "O Brasil tem um dos sistemas de pesquisa agropecuária mais poderoso de todo o mundo. Nós temos um acervo enorme de tecnologia para todo o Brasil, que pode ajudar no avanço e na superação das limitações para o desenvolvimento da agricultura em todas as partes do País", ressalta.

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, apresentou as taxas diferenciadas de juros para os produtores do Semiárido e os valores que estarão disponíveis para esta safra. Dos 7 bilhões envolvidos no Plano Safra Semiárido, 4 bilhões serão destinados aos agricultores familiares, com juros de custeio variando entre 1% a 3%, conforme o valor financiado, e os juros de investimento entre 1% a 1,5%. Além disso, a assistência técnica e a extensão rural atenderão 347 mil agricultores familiares, por meio de programas do Governo Federal. Marcada pela forte presença da agricultura familiar, na região, das 1,6 milhão de propriedades existentes, 95% são de âmbito familiar.

Para o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Antônio Andrade, o Plano Safra Semiárido é um grande desafio. Ele destacou a criação da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater), que permitirá o acesso dos produtores às tecnologias para a região: "A Anater veio para trazer tudo aquilo que a Embrapa pesquisou para o Semiárido. Ela vai fazer a ligação das tecnologias de novas cultivares e de reserva de água para o produtor e também levar as demandas dos produtores para a pesquisa".

Antes do encerramento do evento, a presidenta Dilma Rousseff lembrou que com a concretização do Plano Safra Semiárido há o reconhecimento de que é possível conviver com a seca e que a seca não pode virar uma catástrofe e por isso é importante a atuação da Embrapa nesse contexto: "A Embrapa recolheu todo o conhecimento que existia lá fora e olhou para o Brasil e viu que era possível ter uma agropecuária tropical eficiente e que no semiárido é possível superar os desafios e transformar essa em uma região competitiva".
 
Alternativas tecnológicas para o Semiárido
A partir de testes realizados na região, a Embrapa apresenta sistemas de produção agrícola e animal válidos para diversas escalas de produção – de 5 a 100 hectares –, que incluem propostas com lavouras permanentes (frutas, leguminosas etc) e temporárias (mandioca, feijão, milho etc), conservação de forragem (silagem, feno), cultivo de pastagem e manejo produtivo da caatinga, além de opções para produção, armazenagem e uso da água, com tecnologias como cisterna produtiva, barraginha, barragem subterrânea, tanque lonado de múltiplo uso, açude e dessalinizador de água salobra.

Para aumentar a produção e evitar perdas por problemas climáticos, uma opção viável é a adoção de variedades adaptadas ao semiárido nordestino. No caso de milho precoce, por exemplo, é possível dobrar sua produtividade, passando de uma média de 1,2 tonelada por hectare, obtida na região, para 3 toneladas/hectare. Aliada à adubação e à irrigação de salvamento, essa produtividade chega a 6 toneladas.

A produção de leite também pode dobrar com o uso de silagem de milho e de concentrado para alimentação das vacas. No caso dos caprinos, o ganho de peso dos animais pode passar de 35 gramas/dia para 90 gramas/dia com uso de passagens cultivadas e adoção de técnicas de manejo adequadas.

Para a região, ainda é recomendado o fortalecimento das agroindústrias – de frutas, mel, matérias-primas regionais, leite e derivados, mandioca – como opção de agregar renda à produção rural, como foi apresentado pelo presidente da Embrapa e pelo ministro da Agricultura.
 
Juliana Miura – Jornalista (MTb 4563/DF)
Marcos Esteves – Jornalista 4505/14/45v/DF
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Com informações da Agência Brasil e site do Ministério do Desenvolvimento Agrário

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