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Caravana Embrapa passa por Porto Nacional e Pedro Afonso no Tocantins

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Foto: Agência de Notícias - Embrapa

Agência de Notícias - Embrapa - Caravana Embrapa passa por Porto Nacional e Pedro Afonso no Tocantins

Caravana Embrapa passa por Porto Nacional e Pedro Afonso no Tocantins

Uma equipe de cinco especialistas da Embrapa esteve no Tocantins para esclarecer e informar técnicos, produtores, consultores e estudantes sobre uma praga introduzida há pouco mais de um ano no Brasil e que tem devorado os mais diferentes tipos de lavouras, a lagarta Helicoverpa armigera. Na terça-feira (18) a Caravana falou ao público do município de Porto Nacional, e nessa quarta-feira (19), com o de Pedro Afonso, a 60 km e a 280 km de Palmas (TO), respectivamente.

Registrada oficialmente em março do ano passado no País, essa lagarta é conhecida por sua voracidade e polifagia, a capacidade de se alimentar de várias espécies vegetais. Por isso, ela já tem causados prejuízos em lavouras de soja, milho, algodão, feijão, melancia, só para citar algumas.

Para responder ao problema, a Embrapa convocou seus especialistas nessa área para percorrer o Brasil e levar informações sobre prevenção e combate ao inseto às principais regiões produtoras do País.

O pesquisador Marcelo Lopes, da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Brasília, DF), explicou ao público tocantinense que a entrada de uma praga exótica no Brasil não é um fenômeno raro. "Temos uma lista de mais de 600 pragas quarentenárias que causariam muitos problemas caso cruzassem as fronteiras brasileiras", colocou, "milhões de pessoas e muitas mercadorias viajam pelo mundo diariamente que podem levar pragas consigo".

O pesquisador explicou que a Helicoverpa armigera possui características ideias para se estabelecer de maneira muito eficiente no Brasil. O inseto chega a maturidade muito cedo, tem capacidade de voo de até mil quilômetros e possui alta fecundidade, uma fêmea coloca em média 1.200 ovos e pode chegar até quatro mil ovos. O fato de ela comer muitas espécies a torna mais forte, pois encontra alimento o ano inteiro aproveitando-se do plantio de diferentes safras.

 

Manejo integrado de pragas

Flávia Rabelo, da Embrapa Arroz e Feijão (Santo Antônio de Goiás, GO), falou sobre a maior arma contra essa e outras pragas fitossanitárias, o manejo integrado de pragas (MIP). Trata-se de um conjunto de ações e realizadas por várias propriedades. "Vocês já estão percebendo que somente a aplicação de inseticidas não está dando conta do problema, é preciso pensar no todo, de maneira holística", disse.

Aplicações calendarizadas de defensivos, que são aquelas aplicadas periodicamente sem com ou sem a presença de insetos, não são aconselhadas. O primeiro passo, de acordo com Flávia, é fazer o monitoramento da lavoura para verificar se há pragas e quais seriam elas e, a partir daí, adotar os meios adequados para cada espécie de praga.

As técnicas de aplicação de defensivos foi tratada pelo especialista Roberto Alves, pesquisador da Embrapa Cerrados (Planaltina, DF). "Muitos fazendeiros possuem os melhor trator e até o melhor avião para fazer pulverizações e, mesmo assim, não conseguem atingir as pragas", apresentou Alves. Ações simples como escolher o equipamento adequado, calibrá-lo de maneira correta e fazer manutenção periódica podem fazer toda a diferença na hora da aplicação. "Num levantamento, descobrimos que 70% dos equipamentos com mais de dois anos erram a taxa de aplicação quando não são submetidos à manutenção", contou o pesquisador.

O agrônomo Edson Hirose, pesquisador da Embrapa Soja (Londrina, PR) que está lotado em Goiás, fez uma palestra sobre controle químico na lavoura de soja. Ele colocou a importância de se utilizar inseticidas seletivos e fazer rotação de inseticidas de grupos químicos diferentes.

Os dois dias de palestras no Tocantins contaram com representantes da Agência de Defesa Agropecuária do Tocantins (Adapec). Em Porto Nacional, foi transmitido um resumo dos registros da ocorrência da praga no Tocantins, onde a lagarta foi encontrada em plantações de soja, feijão e melancia.

O controle biológico foi tratado pelo pesquisador Ivan Cruz, da Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas, MG). "A maioria dos insetos encontrados na lavoura são benéficos, por isso, não é inteligente querer eliminar todos os insetos da sua plantação, pois muitos deles vão ajudar você a se livrar de pragas como a Helicoverpa armigera", disse. Vespas, joaninhas, tesourinha e alguns besouros estão na lista de inimigos naturais de pragas importantes das lavouras e pode ser utilizados como aliados nesses combates. O controle biológico, para o especialista, pode ser também muito vantajoso economicamente, uma vez que pode reduzir as aplicações de defensivos químicos.

O pesquisador da Embrapa acredita que a Caravana poderá estimular uma grande mudança na agricultura nacional. "Um dos grandes méritos da Caravana Embrapa é disseminar boas práticas de controle pragas, e isso gera resultados não somente no combate à Helicoverpa armigera, mas para várias outras pragas para as quais esses métodos são igualmente válidos", disse.

 

 

 

 

Texto: Fábio Reynol - MTb/SP 30.269
Embrapa Pesca e Aquicultura
Contato: fabio.reynol@embrapa.br

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