01/07/96 |

Semi-Árido ganha mandioca precoce e produtiva

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A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura e do Abastecimento, Centro Nacional de Pesquisa de Mandioca e Fruticultura Tropical de Cruz das Almas, BA, lançou em 26 de abril, quatro novos híbridos de mandioca, que, além de serem precoces, em alguns casos chegam a dobrar a produtividade atual. Eles estarão à disposição dos produtores já este ano. Para 1997 já estão previstos a indicação de outras quatro variedades. Se adotados em apenas 8% da área cultivada do Semi-Árido, irão permitir, em cinco anos, um benefício direto de US$ 16 milhões.

Os novos híbridos são especiais para o Semi-Árido, região de baixo índice nutricional e condições climáticas e de solos desfavoráveis. O Semi-Árido atinge dez estados brasileiros, no Nordeste e parte de Minas Gerais, uma região com população de 42,4 milhões de habitantes. Em praticamente metade desta área a precipitação pluviométrica é inferior a 750 mm por ano, índice muito baixo e que gera poucas opções para agricultura. Entre as espécies adaptadas a condições adversas de clima e solo, a mandioca é um dos alimentos mais completos. Além de nutritiva e fácil de preparar, tem boa resistência à seca e à pobreza do solo.

Apesar de suas características e do grande volume de produção, a produtividade da mandioca é baixa, especialmente pelo período de seca, que chega a durar oito meses. Nos 300 mil hectares de área plantada com mandioca no Semi-Árido, a produtividade média, em geral está ao redor de 7 toneladas por hectare de raiz. Apesar deste baixo índice, a mandioca só perde para o feijão no consumo alimentar de famílias com renda de até um salário mínimo.

A importância social e econômica da mandioca pode ser medida pelo fato de que é produzida quase que exclusivamente em pequenas propriedades, servindo a raiz para alimentação humana e as folhas para pequenos rebanhos. Os novos híbridos e variedades darão uma opção importante para as famílias da região, especialmente porque permitem antecipar a colheita e obter maior produtividade, que pode chegar a 13 toneladas por hectare.

O chefe técnico da Embrapa Mandioca e Fruticultura, pesquisador Márcio Porto, explica que, antes do lançamento, vários produtores que participaram da seleção do material já começaram a multiplicá-lo para uso. Ele estima que em dois anos as variedades locais serão substituídas totalmente pelos híbridos da Embrapa. Uma das vantagens destacadas pelos produtores é de que, além da produtividade, o fato de serem resistentes ao superbrotamento evitará perdas com a doença que hoje chegam a afetar 80% da produtividade.

Os novos híbridos

Os quatro novos híbridos lançados pela Embrapa Mandioca e Fruticultura para o Semi-Árido, poderão ser utilizados pelos produtores a curto prazo. Veja o que as novas opções oferecem:

Híbrido 8709/02

Resistência ao superbrotamento Teor de amido aceitável (33%) Grande adaptação às condições da região Precoce Aos 12 meses produz 9 toneladas/ha de raízes (as tradicionais produzem 5)

Híbrido 8911/16

Resistência ao superbrotamento Teor de amido aceitável (32%) Grande adaptação à região Precoce Aos 12 meses produz 10 toneladas/ha de raízes (as tradicionais produzem 5)

Híbrido 8740/10

Resistência ao superbrotamento Teor de amido aceitável (entre 34%) Grande adaptação à região Aos 18 meses produz 13 toneladas/ha de raízes (as tradicionais produzem 11)

Híbrido 8952/06

Resistência ao superbrotamento Teor de amido aceitável (37%) Grande adaptação à região Aos 18 meses produz 19 toneladas/ha de raízes (as tradicionais produzem 11)

Informações adicionais: Embrapa Mandioca e Fruticultura, Cruz das Almas - BA - Fone (075) 7212120 - Fax 7211118/7211093  

Tema: Produtos Agropecuários\Hortaliças 

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/