A Embrapa e o Instituto para a Saúde e Ciência Animal-DLO, da Holanda, firmaram carta de intenções visando a troca de materiais, informações e intercâmbio de técnicos, além da possibilidade de execução de projetos conjuntos. O documento foi assinado no início de dezembro, na sede da Embrapa, pelo ministro da Agricultura, Manejo da Natureza e Pesca da Holanda, J.J. Van Aarsten; pelo diretor do DLO, J.G.Wensing; pelo embaixador da Holanda no Brasil, H.J.Van Oordt; e pelo presidente da Embrapa, Alberto Duque Portugal.

Na ocasião, o ministro holandês plantou uma árvore (mogno) no arboreto da sede, seguindo-se uma visita da delegação neerlandesa à Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia.

O DLO reúne 12 instituições holandesas de pesquisa agropecuária, com ênfase na agricultura sustentável e ao mesmo tempo competitiva, visando a boa qualidade de vida, tanto na área rural como nas cidades. O DLO atua em manejo da natureza, hortaliças, silvicultura, pesca, fertilidade do solo, ciência e saúde animal, controle de qualidade de produtos agrícolas e pesquisas integradas em terra, solo e água.

A Holanda destina 1,5% do Produto Nacional Bruto à cooperação internacional para o desenvolvimento.

Agricultura potente

A Holanda, com apenas 41.864 quilômetros quadrados (cabem quase seis Holandas no Estado de São Paulo) e 15,5 milhões de habitantes - dos quais 5% de estrangeiros, além de grande número de cidadãos neerlandeses de origem indonésia e caribenha - possui uma agricultura e um complexo de agronegócio muito produtivo e tecnificado, sendo um dos grandes exportadores mundiais. As principais atividades do setor são a pecuária de leite, agroindústria de laticínios, hortaliças e floricultura, produtos destinados em boa parte a outros países da União Européia (75% das exportações do país).

Com menos de 0,3% da população mundial, a Holanda participa com 3,5% do comércio mundial, aqui consideradas as suas exportações agrícolas e de outros setores, que totalizam 175 bilhões de dólares. O Brasil, com cerca de 3% da população mundial, detém menos de 1% do comércio internacional, num valor de 47,7 bilhões de dólares em 1996. O grande volume das exportações agrícolas holandesas - e da Europa em geral - deve-se ao elevado grau de tecnificação, mas também aos altíssimos subsídios dados à agricultura e às exportações, tanto pelo governo nacional como pela União Européia. Os subsídios dados à agricultura, na Europa, Estados Unidos e Japão, somam cerca de 300 bilhões de dólares a cada ano.

A renda per capita é de 25.300 dólares por ano na Holanda. Para se ter uma idéia do que isso significa, basta lembrar que a renda per capita do Brasil está em torno dos 4.000 dólares, variando de 600 dólares em alguns Estados da Região Nordeste a quase 6.000 dólares em São Paulo e 5.500 dólares no Paraná, chegando a quase 8.000 dólares nas regiões de Ribeirão Preto (SP) e Ponta Grossa (PR).

As exportações brasileiras para a Holanda totalizaram 2,9 bilhões de dólares em 1995, embora nesse número estejam incluídas as vendas brasileiras para outros países da União Européia - principalmente França, Itália e Alemanha - que utilizam o porto holandês de Rotterdam, o maior do mundo.