O Instituto Nacional de lnvestigacíon Agropecuaria-lNlA, - o órgão de pesquisa agropecuária do Uruguai - vai estreitar ainda mais seus trabalhos de parceria com a Embrapa, segundo informou à Folha da Embrapa o presidente do instituto, engenheiro agrônomo Juan Pedro Hounie, que esteve recentemente em Brasília.

Serão intensificados o intercâmbio e os programas comuns em biotecnologia e em melhoramento vegetal e animal, além da consolidação do grande relacionamento já existente entre as unidades de pesquisa próximas, como é o caso da Embrapa Pecuária do Sul (Bagé, RS) e a Estación Experimental de Treinta y Tres, na cidade uruguaia do mesmo nome, perto de Bagé, que trabalha com gado e arroz. Hounie citou também a Embrapa Clima Temperado (Pelotas, RS) e a Embrapa Trigo (Passo Fundo, RS).

O presidente do INIA disse que as atuais prioridades do órgão se voltam para a fruticultura, hortaliças, florestamento, arroz e cevada. Os produtores uruguaios desejam aumentar suas exportações de pêssego, uva de mesa, morango, pêra, maçã, framboesa, amora e tomate, principalmente para a Europa. O Uruguai já vende essas frutas, em especial pêra e tomate, para o Brasil e para a Argentina. Mas para ampliar a sua participação no mercado europeu, o país vizinho terá de aumentar a oferta, por meio da irrigação e de novas variedades, além de pesquisar e investir mais na parte de pós-colheita e comercialização, aperfeiçoando tecnologias de conservação e congelamento.

Outras prioridades do instituto oriental são o arroz, a cevada e os produtos florestais, também itens importantes nas exportações. No florestamento destacam-se o eucalipto para fabricação de celulose e o pinus para serraria.

A pecuária e os ovinos (carneiros e ovelhas) deixaram de ser prioridades, devido à consolidação e ao grande avanço tecnológico decoras atividades no Uruguai.

Mas, mesmo sem serem prioridades, o INIA continua mantendo pesquisas nos dois segmentos.

Do mesmo modo que outros órgãos de pesquisa agropecuária em todo o mundo, inclusive a Embrapa, o INIA realiza todos seus trabalhos, dentro do possível, com enfoque e metas ambientais, visando a preservação da natureza e a sustentabilidade da agricultura.

Orçamento e funcionamento

Com 500 funcionários, dos quais 150 pesquisadores, o Instituto Nacional de lnvestigacion Agropecuaria-INlA tem um orçamento anual em tomo de 10 milhões de dólares. O governo de República entra com cerca de 60% desse total, mas os restantes 4 milhões de dólares são provenientes de uma taxa obrigatória, de O,4%, sobre todas as vendas do setor agropecuário, recursos esses revertidos exclusivamente para o INIA.

A República Oriental do Uruguai, com 4,5 milhões de habitantes, tem 60 mil produtores rurais. O INIA possui cinco estações experimentais, que trabalham com frutas e hortaliças (Las Brujas); citros e hortifrutigranjeiros (Salto Grande, Depto.de Salto); arroz e gado (Treinta y Tres, Depto. de mesmo nome); gado e florestamento (Tacuarembó, Depto.de Tacuarembó); leite e grãos (Colonia, Depto. de Colonia). O órgão é administrado por um Conselho de quatro membros, com poderes executivos, sendo dois do Governo (por meio do Ministerio de Agricultura, Ganaderia y Pesca) e dois indicados por entidades dos produtores rurais.