01/09/96 |

Simpósio estuda as savanas tropicais

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A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura e do Abastecimento, Centro de Pesquisa Agropecuária dos Cerrados (Embrapa Cerrados), realizou de 24 a 29 de março, em Brasília, o I Simpósio Internacional sobre as Savanas Tropicais e o VIII Simpósio sobre o Cerrado. Os dois eventos, contaram com trabalhos, painéis, palestras e debates sobre a cooperação internacional para o desenvolvimento sustentado dos cerrados; potencial econômico de frutas, seringueira e culturas anuais; integração lavoura-pecuária; lavouras não-tradicionais; recuperação dos cerrados; biodiversidade; uso de plantas nativas; queimadas e sistemas agrossilvopastoris.

Participaram dos dois simpósios técnicos de vários países, como Brasil, Venezuela, Colômbia, Equador, Paraguai, África do Sul, Namíbia, Moçambique, Nigéria, Itália, Austrália, e de organismos internacionais, como o Centro Internacional de Agricultura Tropical (CIAT, Colômbia), Centre des Recherches Agricoles pour le Développement (CIRAD, França), Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), Institut Français de Recherche Scientifique pour le Développement en Coopération (Orstom, França) e Agência Japonesa para a Cooperação Internacional (JICA, Japão).

Importância econômica dos cerrados

Os cerrados brasileiros englobam 207 milhões de hectares, nos Estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Distrito Federal, Tocantins, Mato Grosso, Roraima, Amapá, pequenas áreas no Pará e São Paulo, Maranhão (Sul do Estado), Piauí (sul do Estado) e Bahia (Oeste do Estado).

A região dos cerrados responde pelos seguintes percentuais da produção brasileira: 41% da soja, 28% do café, 23% do milho, 20% do feijão, 20% do algodão herbáceo, 19% do arroz, 10% da mandioca, 10% da cana-de-açúcar e 40% do rebanho bovino (em número de cabeças).

Até a década de 60, sem tecnologias conhecidas, a região era um imenso vazio, com pecuária extensiva rarefeita e atrasada e uma agricultura inexpressiva, situação bem diferente da atual, alcançada graças à pesquisa agropecuária. Alguns dados:

. Em 1970 a região produziu 5 milhões de toneladas de grãos em 5 milhões de hectares. Em 1990 foram 20 milhões de toneladas de grãos em 10 milhões de hectares (quadruplo da produção e o dobro da produtividade média).

. A pecuária ocupa hoje cerca de 110 milhões de hectares, dos quais mais de 35 milhões com pastagens cultivadas. Mas a degradação de pastagens é grave, havendo tecnologias para corrigir esse mal.

As culturas perenes ocupam em torno de 2 milhões de hectares (café, frutas e reflorestamento).

A área cultivada é de 47 milhões de hectares (soma dos três itens anteriores). O potencial para produção é de 136 milhões de hectares, restando portanto 89 milhões de ha para expansão de área produtiva e 71 milhões de ha para preservação. Nesses 136 milhões de ha é possível produzir mais de 350 milhões de toneladas de alimentos, entre grãos, frutas e culturas perenes.

Outra alternativa é aumentar somente a produtividade da área já ocupada. Desta forma, com a tecnologia já disponível, seria possível chegar à uma produção de 100 milhões de toneladas de alimentos.

Os cerrados possuem mais de 120 espécies nativas com potencial alimentício (frutas), madeireiro, medicinal, forrageiro e ornamental.

A Embrapa Cerrados gerou tecnologias já disponíveis e está desenvolvendo novas pesquisas com frutas (nativas e exóticas), madeira e reflorestamento, pecuária e pastagens (corte e leite), arroz, feijão, milho, mandioca e soja.  

Tema: A Embrapa\Cooperação Internacional 

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/