O presidente da Embrapa, pesquisador Alberto Duque Portugal, recebeu no dia 20 de junho o Prêmio Jovem Cientista de 1995, na categoria Mérito Institucional, concedido à Empresa. Outro pesquisador da Embrapa, Fernando Hercos Valicente, de 35 anos, da Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG), também foi agraciado. Ele foi segundo colocado na categoria Graduado do Prêmio Jovem Cientista.

Fernando Valicente é autor do trabalho "Controle da Spodoptera frugiperda", que definiu uma forma natural de evitar os estragos causados pela lagarta do cartucho na cultura do milho. A praga é responsável por prejuízos de até 34% na produção. O trabalho do pesquisador da Embrapa, além de evitar prejuízos aos produtores, tem a vantagem de ser um método natural, que evita a aplicação de agrotóxicos.

Para chegar aos resultados da pesquisa, Fernando Valicente recolheu e estudou mais de 14 mil espécimes de lagarta, até conseguir isolar o Baculovirus spodoptera, capaz de matar o inseto sem causar danos ao ambiente. Com a lagarta foi possível criar um defensivo natural que permite diminuir a praga em 80%, em até seis dias depois da aplicação

O presidente da Embrapa, Alberto Duque Portugal, explica que o prêmio em dinheiro que a empresa recebeu (R$ 30 mil) será usado para estimular a criatividade dentro de um sistema de premiação por resultados, por meio do qual são selecionadas as equipes mais criativas e cujos trabalhos contribuam para a solução dos principais problemas do setor.

XIII Prêmio Jovem Cientista

O Prêmio Jovem Cientista foi criado em 1981 com o objetivo de incentivar a pesquisa científica no Brasil. É patrocinado pelo Grupo Gerdau e promovido em parceria entre o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Fundação Roberto Marinho. Esta é a 13a edição do prêmio.

O concurso é considerado pela comunidade científica como uma das mais importantes premiações da América Latina. Os temas escolhidos são de interesse direto da população e procuram estimular a busca de soluções para problemas que afligem os brasileiros em seu cotidiano. Neste ano o tema escolhido foi «Qualidade e Produtividade na Agricultura». Foram no total 91 inscrições.

Participam do Prêmio Jovem Cientista pesquisadores do Brasil inteiro divididos em duas categorias: Graduados, que tenham menos de 40 anos e Estudantes de escolas técnicas e/ou curso superior que tenham menos de 30 anos. Os ganhadores, além do prêmio em dinheiro, têm seus trabalhos publicados em livro.

Este ano foi criada a categoria Mérito Institucional, como incentivo à pesquisa científica, premiando a instituição com maior número de candidatos inscritos. Nesta categoria a vencedora foi a Embrapa. A Embrapa hoje atua por intermédio de 39 unidades descentralizadas, distribuídas em todo o Brasil. Possui 2.196 pesquisadores (55% com mestrado e 35% com doutorado). A Empresa coordena o Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária, constituído por instituições cooperadas que executam pesquisas em áreas geográficas ou em campos definidos do conhecimento científico. Atualmente a Embrapa desenvolve 540 projetos de pesquisa, muitos em parceria com outras instituições e 3.200 subprojetos, distribuídos em 16 programas de pesquisa

O vencedor do Prêmio Jovem Cientista na categoria Graduados foi o engenheiro agrícola José Paulo Molin, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da USP, com o trabalho «Semeadora de milho em covas de semeadura direta», que permite 50% menos movimento do solo que as mais avançadas máquinas existentes.

O pesquisador da Embrapa Fernando Hercos Valicente, de 35 anos, do Centro Nacional de Pesquisa de Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG) obteve o segundo lugar na categoria Graduados com o trabalho de controle biológico da lagarta do cartucho do milho.

Na categoria Estudantes a vencedora foi a mineira Dionara Borges Andreani, com o trabalho «Adaptabilidade de três gramíneas e três leguminosas forrageiras em solo de cerrado no primeiro ano de plantio direto». O segundo lugar foi obtido por Fábio Iaione, de Passo Fundo, RS, com o trabalho «Colpam - Coletor de Parâmetros Ambientais».