O Brasil já foi o maior produtor mundial de safrol, um óleo utilizado na fabricação de inseticidas biodegradáveis, cosméticos e produtos farmacêuticos. O safrol era extraído da canela sassafrás, uma planta muito encontrada no Vale do Itajaí, em Santa Catarina. Em 1991, o Ibama proibiu o corte e a exploração desta espécie buscando sua preservação.

Como resultado, o Brasil passou a importar o safrol da China e Vietnã, principais produtores. O consumo mundial de safrol é estimado em 2 mil toneladas. Pesquisadores do Museu Paraense Emílio Goeldi descobriram que o safrol pode ser extraído da pimenta longa, comum no estado do Acre.

Técnicos da Embrapa estão dominando a técnica de processamento do safrol que se concentra nos galhos finos e folhas da pimenta longa. Em cultivos racionais, em oito meses já é possível realizar a primeira poda e após seis meses a planta está apta para novo corte. Estão sendo realizados mais estudos a fim de recomendar um sistema de produção economicamente adequado para exploração da pimenta longa. Em pouco tempo, o Brasil poderá se tornar novamente o maior exportador mundial de safrol pois a Embrapa pretende repassar, em curto espaço de tempo, aos pequenos produtores, tecnologias de produção e formas de beneficiamento industrial.

As pesquisas são desenvolvidas pela Embrapa Amazônia Oriental, (Belém-PA), Embrapa Acre (Rio Branco-Ac) e o Museu Paraense Emílio Goeldi. O suporte financeiro é da agência de fomento britânica ODA - Overseas Development Administration.