01/04/97 |

Ministério da Agricultura e Embrapa pesquisam genealogia de plantas matrizes

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Identificar a origem genética e genealógica dos pomares de matrizes das principais culturas cultivadas no país. É essa hoje uma das tarefas prioritárias dos setores de fiscalização de mudas das Delegacias Federais do Ministério da Agricultura em todo Brasil, segundo José Neumar Francelino, gerente de sementes e mudas do Departamento de Fiscalização e Fomento à Produção Vegetal da Secretaria Desenvolvimento Rural (SDR).

A identificação da origem das matrizes deverá ser uma das ações prioritárias para o estabelecimento de um programa nacional de certificação de mudas. "Obtivemos uma experiência positiva no trabalho de rastreamento da origem de matrizes de coco na Paraíba e vamos utilizar o modelo desenvolvido lá para outras culturas em todo território nacional", comenta José Neumar.

O resgate histórico da origem das plantas matrizes tem sido viabilizado pelo trabalho em parceria das DFA's com especialistas da Embrapa, que designou 35 pesquisadores de várias partes do país para atuarem como "curadores" no trabalho de catalogação dos bancos naturais de matrizes.

"O produtor rural brasileiro, em geral, não tem o hábito de utilizar mudas cuja origem ele conhece, acarretando assim problemas fitossanitários", pontua o gerente da SDR, que promoveu treinamento para técnicos de vários estados em produção de mudas de abacaxi e banana durante semana passada na Embrapa Mandioca e Fruticultura, em Cruz das Almas (BA).

Com a criação esse ano do Programa de Fruticultura Irrigada para o Nordeste, a demanda por mudas de fruteiras deverá ter um salto expressivo: "O Programa está prevendo uma incorporação de cerca de 100 mil hectares por ano de áreas de sequeiro na região do Semi-Árido nordestino, que hoje se encontram parcialmente ou totalmente improdutivas", informa Sizernando Luiz de Oliveira, chefe geral da Unidade da Embrapa na Bahia e um dos especialistas que participou da elaboração do Programa.

O primeiro grande desafio, portanto, será garantir uma produção de mudas de fruteiras que atenda a demanda de crescimento das novas áreas irrigadas de fruticultura, e é justamente aqui onde entra a ação do Ministério da Agricultura na capacitação de viveiristas, na distribuição, via Embrapa, de materiais oriundos da pesquisa, do melhoramento genético, dos bancos de germoplasma e dos bancos de matrizes que a estatal mantém, implantou e monitora em centenas de propriedades rurais pelo país.

A utilização de mudas de procedência conhecida e certificadas pelo Ministério da Agricultura, deverá, cada dia mais, ser uma exigência rígida também dos órgão financiadores, como o Banco do Nordeste, que vem adotando esse critério nos contratos de financiamento agrícola, desde os pequenos até os projetos mais arrojados.

Segundo José Neumar, há uma tendência já incorporada pela governo federal em chamar os Estados a assumir as ações de fiscalização. "A idéia é estruturar os Estados e esses estruturarem os municípios, para conseguirmos um controle bem mais eficaz dessa situação", conclui.

Mais informações: Jornalista Dalmo Oliveira: MTb 0598/BA Telefone: (075) 721 2120 Fax: (075) 721 1118 Email: dalmo@cnpmf.embrapa.br  

Tema: Fatores e Insumos\Sementes e Mudas 

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