01/04/97 |

Minador da folha dos citros já tem controle biológico

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A citricultura brasileira está ameaçada por mais uma praga: é o minador da folha dos citros, também conhecido com bicho minador (Phyllocnistis citrella Stainton). Recentemente introduzido no Brasil, este inseto ocorria anteriormente apenas no sudeste asiático e norte da Austrália. Porém , a partir de 1993 passou a ser encontrado em várias áreas citrícolas do mundo, como Estados Unidos, América Central, Europa (região do Mediterrâneo) e África, além do Brasil.

Felizmente, pesquisadores da Embrapa Meio Ambiente em Jaguariúna, SP identificaram como promissores no controle biológico do minador cerca de seis insetos, entre vespinhas parasitóides e artrópodos predadores (insetos). Dentre estes, o mais promissor é a vespinha Galeopsomyia, encontrada nos pomares de Holambra, SP, que tem se mostrado eficiente em 90% nos experimentos em casa de vegetação e em campo.

Pensando em controlar a praga por meio da utilização do controle biológico, já que o controle químico é caro e muitas vezes não leva a bons resultados, além de não ter se mostrado eficiente a longo prazo, o Laboratório de Quarentena "Costa Lima", da Embrapa Meio Ambiente em Jaguariúna, SP, elaborou projeto de pesquisa em parceria com a CATI (Coordenadoria de Assistência Técnica Integral) e o Instituto Biológico em Campinas, SP e a empresa Gravena Manejo Ecológico de Pragas Agrícolas em Jaboticabal, SP.

Este projeto, denominado "Controle biológico do minador da folha de citros" utiliza os princípios do Manejo Integrado de Pragas (MIP) e consiste em coletar por cerca de dois anos, com o envolvimento de várias instituições, material infestado pelo minador, em regiões do Estado de São Paulo, Rio Grande do Sul, Bahia, Sergipe e Amazonas. Após esta fase, os parasitóides coletados são identificados pelos taxonomistas da equipe do projeto, além de realizados estudos biológicos e sócio-econômicos sobre a importância do minador em regiões citrícolas no Estado de São Paulo. Em outra etapa, os pesquisadores fazem a criação massal em laboratório do parasitóide nativo identificado, dentre aqueles encontrados no campo, como o mais eficiente no controle biológico do minador, a fim de avaliar a sua capacidade de controle da praga, tanto em laboratório com em campo. Após criação massal, o inseto ou parasitóide mais eficiente é então liberado em campo para controle da praga, que é constantemente monitorada para se saber o nível de controle.

A ação do bicho minador

O nome vulgar mais apropriado desta praga seria larva minadora do brotos dos citros por minar as folhinhas recém-nascidas. É uma mariposinha de atividade crepuscular, que durante o dia vive escondida no interior da árvore, pousada sobre as folhas. Ela dura em geral 2 dias no verão e 12 dias no inverno, que é o tempo de acasalamento e postura dos ovos. A larvinha, ao nascer do ovo, já inicia a destruição interna, alimentando-se exclusivamente das células situadas logo abaixo da pele, mas não chega a atingir a parte mais interna da folha. Atacam preferencialmente a face inferior das folhas em brotação, produzindo galerias típicas.

De acordo com os pesquisadores, mais de três larvas por folha ocasiona uma perda de 40 a 50% da área foliar. Folhas com uma única "mina" podem cair precocemente e uma larva com 2 a 3 mm de comprimento pode consumir de 1 a 7 cm da folha. Comprovou-se que 30% de redução da área foliar é suficiente para reduzir a produção, um ano após a infestação. Plantas com menos de três anos de idade têm crescimento reduzido. O dano aumenta com a brotação de verão e é máxima nas de outono. Fora isto, há os danos indiretos que facilitam o ataque do cancro cítrico e outras pragas como ácaros, moscas brancas, pulgões etc, que se aproveitam da debilidade das folhas para penetrarem na planta.

Mais informações: Embrapa Meio Ambiente Tel.: (019) 867 5633  

Tema: Atividades Temáticas\Meio Ambiente 

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
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