01/07/97 |

Embrapa ensina e aprende com a Namíbia

Informe múltiplos e-mails separados por vírgula.

A primeira etapa da cooperação técnica que a Embrapa vem prestando à Namíbia, no sudoeste da África, encerrou-se em fevereiro de 1997. Foram introduzidas naquele país 47 variedades de frutas, hortaliças e pastagens, como acerola, abacate, banana, caju, coco, goiaba, manga, maracujá, pequi, chicória, feijão de porco e rúcula. De lá foram trazidas, para os campos experimentais da Embrapa no Brasil, 29 variedades de frutas nativas (como amarula e a fruta vermelha), amendoim, milho, milheto e sorgo, além de maracujá e papaia.

O objetivo do trabalho da Embrapa na Namíbia é repassar variedades que ajudem no fomento à produção local de hortaliças e frutas, cujo abastecimento é no momento altamente dependente de importações, em especial da África do Sul. Os experimentos foram iniciados em 1995. Entre as metas do Governo da Namíbia destaca-se, além da substituição de importações, a diversificação da produção agrícola, para que a população tenha mais opções e possa melhorar sua base de alimentação, até agora concentrada no milho, sorgo e variedades locais de milheto.

Os técnicos brasileiros deixaram naquele país material para multiplicação de mudas daquelas espécies - o que já está sendo feito -, métodos simples para irrigação, manejos para fruticultura, principalmente podas, além da recuperação de solos por meio do uso de leguminosas.

A Namíbia, apesar de importar grande parte do seu consumo de alimentos, apresenta grande potencial produtivo, tendo dois tipos de agricultura e de propriedade da terra. Uma é moderna e competitiva, desenvolvida em propriedades privadas que empregam trabalho assalariado, mais centradas na pecuária bovina, ovinos, caprinos e pesca.

Mas o setor predominante é a agricultura tradicional, em áreas de propriedade comunal, com pequenas glebas de dois a seis hectares, onde a terra não é hereditária, representa símbolo de status social e o desfrute da posse é temporário. Os líderes e chefes de comunidades locais é que determinam quem vai usufruir da posse temporária da terra. As atividades principais são o milheto e a criação extensiva de gado, com predominância da raça nativa Sanga.

A tecnologia usada nessa agricultura tradicional é bastante simples, sendo o implemento mais comum o arado de aiveca com tração animal. O grande problema, em especial na província de Owambo - uma das regiões onde a Embrapa atua - é que a terra trabalhada é utilizada temporariamente, não só devido aos fatores culturais e sociais acima apontados, mas também porque a fertilidade do solo se esgota com relativa rapidez, seguindo-se o abandono das glebas e a mudança para outras áreas, que logo sofrerão o mesmo processo de exaustão.

Estiveram na Namíbia os embrapianos Sotto Pacheco Costa (DEC-Sede), Clóvis Wetzel (Embrapa Sementes Básicas), Alberto Carlos de Queiroz Pinto (Embrapa Cerrados), Francisco Ricardo Ferreira (Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia), Luis Fernando Vieira (Embrapa Agroindústria de Alimentos), Manuel Teixeira Castro Neto (Embrapa Mandioca e Fruticultura) e Reinaldo Lúcio Gomide (Embrapa Milho e Sorgo).

Encerrada esta primeira etapa dos trabalhos, tanto o Ministério da Agricultura, Água e Desenvolvimento Rural da Namíbia como a Embrapa já demonstraram interesse em dar prosseguimento ao programa de cooperação, o que provavelmente será feito ainda este ano.  

Tema: A Embrapa\Cooperação Internacional 

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/