Da Agência Brasil - ABr - O presidente Fernando Henrique Cardoso falou, no dia 28 de abril, em seu programa semanal de rádio, sobre os 25 anos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Fernando Henrique destaca, entre as contribuições da Embrapa, neste período, a oferta variada de alimentos por preços menores; o zoneamento agrícola, que aumenta as chances de sucesso com a produção e reduz as perdas; e a preocupação dos pesquisadores da empresa com o meio ambiente.

A íntegra do programa:

''A Embrapa acaba de fazer 25 anos. É um quarto de século de pesquisas e de descobertas importantes que fazem do Brasil um dos três maiores centros mundiais de pesquisa em agricultura tropical. Graças à Embrapa, empresa do Ministério da Agricultura, o consumidor tem uma oferta cada vez mais variada de produtos por preços bem menores.

Vamos lembrar alguns exemplos. Em 1975, ano de criação da Embrapa, o preço médio de um quilo de frango era de quase 5 reais. Hoje, você compra o mesmo quilo de frango por um preço médio de 1 real e 9 centavos. O arroz agulhinha caiu de 1 real e 79 centavos para 76 centavos. O feijão carioquinha despencou de 4 reais e 97 centavos para 1 real. Tudo isso com fartura e mais qualidade.

Esta queda de preços teve um aliado forte a partir de 94, o nosso Real. É a combinação do fator estabilização econômica com as novas tecnologias conquistadas pela Embrapa e seus parceiros, que está melhorando a qualidade de nossa alimentação.

Outra contribuição importante da Embrapa é o chamado zoneamento agrícola que aumenta as chances de sucesso com a produção e reduz as perdas. Foram elaborados mais de mil e 500 mapas com indicações sobre a melhor época de plantio de acordo com o clima de cada região do país.

O zoneamento agrícola dá mais segurança ao agricultor. Ele passa a usar a variedade de semente correta na hora certa. E o país também lucra com isso. Para avaliar o que significa a segurança oferecida pelas pesquisas da Embrapa, vamos ao exemplo do Proagro. Nós gastávamos 150 milhões de reais, todos os anos, com o Proagro, o seguro agrícola. Este custo caiu para 500 mil, em 97. É como se, antes das pesquisas, as plantações fossem feitas no escuro.

Produção, competitividade e qualidade dos produtos devem estar associadas à preocupação com o meio ambiente. De olho na preservação e na redução do uso de defensivos e agrotóxicos, os pesquisadores da Embrapa tem desenvolvido um excelente trabalho de controle biológico de pragas. Muitos agricultores brasileiros já sabem o que é isso. Sabem que, ao invés de usar um agrotóxico, para acabar com o pulgão do trigo, por exemplo, podem usar um inimigo natural, como um certo tipo de vespinha. Só neste caso, a economia com agrotóxicos é de 100 milhões de reais por ano.

A Embrapa está trabalhando, agora, com o Instituto Agronômico de Campinas, para livrar a citricultura de São Paulo de uma doença chamada Amarelinho, que ameaça os nossos pomares. Eles estão produzindo mudas sadias de laranja, vacinadas contra o Amarelinho. Até outubro, mudas serão distribuídas para os donos de viveiros. Com isso, vamos preservar 400 mil empregos e continuar ganhando com a exportação de suco de laranja.

Vamos dar, por tudo isso, parabéns aos pesquisadores, dirigentes e trabalhadores de apoio da Embrapa. Graças às pesquisas que eles fizeram nestes 25 anos, nós, brasileiros, temos alimentos melhores, mais fartura e preços mais baixos''.

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