O professor Jesus Santiago Moure, da Universidade Federal do Paraná -UFPR, e o pesquisador Eleusio Curvêlo Freire, da Embrapa Algodão, são os escolhidos, este ano, para receber o Prêmio Frederico de Menezes Veiga, instituído pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura e do Abastecimento. A entrega do Prêmio será dia 28 de abril, às 20 horas, no auditório da sede da Embrapa.

O prêmio é concedido, anualmente, a cientistas que, no campo da pesquisa agropecuária, tenham se destacado pela realização de obra científica ou tecnológica de reconhecido valor ou tenham se dedicado a produzir trabalho que signifique efetiva e marcante contribuição ao desenvolvimento agrícola nacional.

Neste ano, o Prêmio Frederico de Menezes Veiga vai homenagear, na categoria Homenagem Especial, o Ministro da Ciência e Tecnologia, José Israel Vargas, por sua visão estratégica e decisão política de fortalecer a ciência e tecnologia, voltada para o agronegócio brasileiro.

Desde 1975, já foram premiados 67 pesquisadores brasileiros.

O professor Pe. Jesus Moure, é graduado em Filosofia, Ciências Naturais, Física e Matemática, com pós-graduação em Zoologia, pelo Museu de Zoologia de São Paulo e em Biologia geral, pela Universidade de São Paulo - USP. Tem 178 trabalhos publicados desde 1938, além de ter feito estágios e viagens de estudo em mais de trinta universidades, museus e institutos de pesquisa dos principais países do mundo.

Aos 85 anos de idade, por sua história de vida dedicada à pesquisa científica na área de ciências naturais, o Professor Moure tem sido homenageado com uma dezena de Prêmios e homenagens de instituições científicas no Brasil e no exterior.

O pesquisador Eleusio Freire é formado em Engenharia Agronômica na UFPB, com mestrado em Fitotecnia no Centro de Ciências Agrárias da UFCE e com doutorado em Genética e Melhoramento de Plantas pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da USP. Dr. Freire e sua equipe realizaram trabalho de destaque na cotonicultura nordestina e dos Cerrados. Contribuíram, não somente para evitar o colapso da economia algodoeira, como também para proporcionar maior estabilidade na situação do emprego e renda dos produtores da região.

A cultivar CNPA ITA 90, uma das sintetizadas pelo pesquisador, é plantada em 80% da área de algodão no cerrado do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. As cultivares de gergelim CNPA G 2 e CNPA G 3 são as mais plantadas no Brasil.

Os agraciados receberão um objeto-prêmio, diploma alusivo ao evento e uma importância em dinheiro correspondente à maior remuneração mensal de um pesquisador da Empresa.

Quem é Frederico

Ao criar um prêmio para agraciar anualmente cientistas que muito contribuíram para o desenvolvimento da agropecuária brasileira, a Embrapa buscou na figura de Frederico Menezes Veiga o patrono para tal honraria. Este pesquisador amazonense, mas cujos trabalhos foram desenvolvidos na cidade de Campos, Rio de Janeiro, ditou os novos níveis de produtividade da cana-de-açúcar, em diferentes regiões do País e abriu caminho para a ascensão do Brasil à posição de maior produtor mundial e grande exportador de açúcar.

O Brasil deve a Frederico de Menezes Veiga 70 a 75 milhões de sacas de açúcar que exporta anualmente, correspondentes ao rendimento adicional em razão das variedades por ele criadas. De acordo com cálculos do extinto IAA, apenas a substituição de antigas variedades na lavoura canavieira de São Paulo pela variedade CB 4176 - obtida por ele, proporcionou, em cinco safras (entre 1958 e 1962), um rendimento superior da ordem de 10,2 milhões de toneladas de açúcar anuais.

A peculiaridade fundamental das pesquisas de Frederico de Menezes Veiga foi direcionar seu trabalho para o desenvolvimento agropecuário, com reflexos altamente positivos na economia brasileira.

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