O diretor do Centro Regional Sul, do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura - IICA, Helio de Macedo Soares, disse que neste ano o Brasil vai receber US$ 50 milhões para aplicar em projetos conjuntos de pesquisa. "O Brasil é um país com muitas demandas e nós temos projetos muito importantes com outras instituições e com outros países do continente. E por ser um país tão grande e tão diverso temos tido dificuldade em responder a todas as demandas em tempo útil", diz. "Mesmo assim, acreditamos que este ano trabalharemos com recursos que podem até mesmo ultrapassar estes US$ 50 milhões". As estimativas para o ano de 1998 demonstram que o IICA deverá movimentar cerca de US$ 130 milhões em recursos externos destinados a projetos em todos os países onde atua.

A filosofia do trabalho do IICA, nos 34 países onde atua, é promover o desenvolvimento do produtor rural fazendo com que ele diversifique suas atividades buscando o desenvolvimento sustentado em suas áreas, que o setor seja mais competitivo e não subsidiado, e que aqueles que vivem da agropecuária possam cumprir seu papel de cidadãos usufruindo boas condições de vida.

"Achamos que é necessário incentivar atividades no âmbito comunitário, regional, mas é fundamental que a política de produção esteja inserida no âmbito da globalização", alerta Larry Boone, sub-diretor geral do IICA.

Boone disse que normalmente se dá muita atenção ao processo de globalização da economia mundial, que é um fato, mas ressalta que atualmente a ciência também está sendo globalizada. E muitas das soluções encontradas para problemas em países da América Latina podem ser usadas para solucionar problemas em outros continentes. Ele acredita que o tema da fome na África, abordado na reunião do CGIAR, pode trazer o interesse da troca de experiências no sentido de solucionar alguns dos problemas daquele continente. "Talvez o que fazemos por aqui com sucesso pode também trazer bons resultados por lá ", disse.

O processo de globalização e a abertura de mercados faz com que cada país se situe em um nível de competição em relação aos outros e estes, por sua vez, em relação aos blocos regionais, como o Mercosul. "Porque temos que fazer comércio uns com os outros para sobreviver", justifica Gustavo Pereira da Silva Filho, representante da Agência de Cooperação Técnica do IICA no Brasil. "Por isso é sempre importante conhecer como as pessoas resolvem seus problemas, seja neste ou naquele país. Ninguém pode competir sem antes resolver seus próprios problemas. Conhecendo os problemas comuns podemos trocar as soluções", acredita. E quanto a soluções na agricultura, complementa Boone, há muito tempo que a Embrapa tornou-se líder latino-americana e que seu trabalho está ultrapassando as fronteiras do Brasil. O IICA participa dessa evolução na pesquisa agropecuária por meio de diversos projetos que são desenvolvidos em conjunto. Além dos projetos em parceria, o Instituto trabalhou decisivamente, há 25 anos, para a criação do própria Embrapa no Brasil.

Mais informações com Ana Lúcia Guimarães, no telefone 061 981-1023, ou no endereço eletrônico lacom@nutecnet.com.br.