O Ministro da Agricultura e do Abastecimento, Francisco José Turra, acompanhado de lideranças dos setores produtivo e político da região visitou a Embrapa Suínos e Aves no sábado, dia 12 de setembro. Lá ele recebeu o documento "Programa de Sustentabilidade da Suinocultura Familiar em Processo de Exclusão".

O programa visa viabilizar a permanência dos pequenos suinocultores familiares em suas propriedades através do aumento da produtividade e da renda de suas criações, tem como meta principal atingir em três anos 85% dos 9.300 (nove mil e trezentos) pequenos produtores familiares, tornando-os competitivos e deverá abranger todo o estado de Santa Catarina.

Ele foi elaborado em conjunto pela Associação Catarinense de Criadores de Suínos-Accs, Associação da Indústria de Carne de Santa Catarina-Aincadesc, Federação dos Trabalhadores da Agricultura de Santa Catarina-Fetaesc, Instituto de Economia e Planejamento Agrícola de Santa Catarina-Cepal/SC, Empresa de Pesquisa e Extensão Rural de Santa Catarina-Epagri, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária-Embrapa e sistema cooperativo catarinense.

A suinocultura vem passando em SC por um processo de concentração em número de produtores e em espaço geográfico, o que está determinando a exclusão de produtores familiares de pequena escala, que não encontram alternativas econômicas. Além disso, esse fator também vem agravando a poluição ambiental. Apesar do processo de concentração ser justificável economicamente, a realidade edafo-climática, sócio-econômica e de estrutura agrária de Santa Catarina coloca limites a esta máxima. A falta de limites coerentes com esta realidade pode comprometer a competitividade no mercado nacional e mundial, devido a barreiras ambientais.

O documento aponta diferentes causas para o problema como: linhas de crédito inadequadas (os prazos e as taxas de juros comprometem a competitividade frente aos produtos substitutivos e à concorrência internacional), suprimento de milho (o custo dos insumos limitam o aumento da produtividade e tornam o estado deficitário. Há pouca utilização de tecnologias competitivas, baixa capacidade e precariedade da armazenagem nas propriedades, facilitando o passeio do insumo. Os estoques oficiais estão localizados fora da região de consumo e o meio de transporte é caro e de oferta pouco diversificada), falta de assistência técnica (desmonte dos serviços de assistência técnica pública), administração do negócio (os produtores têm dificuldade para priorizar ações, fazer anotações, acompanhar custos, comprar insumos e planejar a produção e a venda), baixa utilização de tecnologias competitivas (as tecnologias estão disponíveis. A dificuldade está no acesso aos investimentos necessários, na escala de produção, na transferência e na absorção dessas tecnologias pelos produtores), desorganização dos produtores (o ambiente social dificulta a implementação de modelos associativos de investimentos – armazenagem coletiva, máquinas, etc. - compra de insumos, transformação e venda da produção. As políticas públicas dão pouco estímulo a estes tipos de associativismo), descapitalização dos produtores (as instalações e os equipamentos obsoletos e a baixa produtividade dos pequenos suinocultores impedem os investimentos com recursos próprios), diminuição dos prazos de pagamento dos insumos fornecidos pelas agroindústrias (devido a elevação dos custos financeiros, as empresas reduziram os prazos de pagamento dos insumos aos empregados).

O programa estabelece com clareza suas diretrizes, as condicionantes para o sucesso, descreve a situação do mercado para a produção industrial e artesanal e os impactos econômicos, ambientais e sociais que deverão resultar da sua implantação.

Após a visita na Embrapa, o Ministro Turra se encontrou com lideranças da região, no Parque de Exposições Attílio Francisco Xavier Fontana, em Concórdia, SC.

Mais informações: Embrapa Suínos e Aves Tel.: 049 442-8555 Jornalista Tânia Maria Giacomelli Scolari MTb. 4.957/RS