01/02/99 |

Pesquisa em fruticultura irrigada no NE terá financiamento do Brasil em Ação

Informe múltiplos e-mails separados por vírgula.

R$ 50 milhões em cinco anos. É quanto o Governo Federal, através do Programa Brasil em Ação, vai investir em pesquisa para tornar a fruticultura irrigada do Nordeste mais competitiva, visando incrementar a exportação brasileira de produtos como manga, melão, uva, mamão, banana, abacaxi e coco.

É esse o desafio posto para um pool de instituições de pesquisa agropecuária, lideradas pela Embrapa, que esse ano disporá de R$ 8,8 milhões oriundos do Programa. Os institutos utilizarão o dinheiro para desenvolver novas tecnologias, mas também para realizar ações de transferência de técnicas já prontas, mas que ainda não foram adotadas pelos produtores. "A idéia é viabilizar soluções no sentido de aumentar a exportação de frutas brasileiras produzidas na região semi-árida, aproveitando as diferenças sazonais como vantagem competitiva no mercado internacional", diz Sizernando Luiz de Oliveira, chefe geral da Unidade da Embrapa na Bahia.

A banana foi a primeira cultura a receber propostas de projetos de pesquisa, numa reunião técnica ocorrida no início da semana na sede da Embrapa Mandioca e Fruticultura, em Cruz das Almas (BA). Hoje a cultura já ultrapassou a uva em área plantada nos perímetros irrigados da Região, e apesar de o país ser o segundo maior produtor mundial, não consegue exportar o produto, principalmente pela qualidade obtida pelos bananicultores nacionais.

"Além das questões agronômicas, existe uma grande desarticulação na cadeia produtiva da cultura", avalia o pesquisador Clóvis Almeida. O grosso da produção é consumida no próprio mercado doméstico brasileiro, que permite que o preço do produto consiga subir até cinco vezes num percurso de 100 km, do produtor ao consumidor final.

Entre os inúmeros problemas que a cultura enfrenta, os pesquisadores elencaram como prioridades a ser pesquisadas com o financiamento do Programa trabalhos na área de melhoramento genético, para obtenção de variedades resistentes. Mal do Panamá, Sigatoka Amarela e Sigatoka Negra continuam sendo as principais dores de cabeça. No campo das pragas, a bananeira é atacada por quase 70 espécies de inseto, sendo a Broca do Rizoma um dos problemas mais sérios.

Uma outra área em que as pesquisas vão se aprofundar é a biotecnologia, com a utilização de técnicas de cultura de tecidos, fertilização in vitro e micropropagação vegetativa acelerada. Nesse campo a tendência é o aprimoramento de técnicas de multiplicação em escala industrial de clones de variedades melhoradas geneticamente já desenvolvidas e validadas pelos institutos de pesquisa, no sentido de atender a grande demanda de mudas de excelente qualidade fitossanitária.

Os recursos do Brasil em Ação financiarão ainda pesquisas visando a redução de perdas na pós-colheita da banana, que hoje chegam a 40% da produção. Os pesquisadores devem aprofundar estudos para o armazenamento e estocagem da produção, através do processamento em atmosfera controlada, técnica já bastante difundida noutros países. Embalagem e processamento agro-industrial também deverão entrar na pauta dos institutos de pesquisa.

Além da Embrapa, participam do consórcio para banana a Empresa Pernambucana de Pesquisa Agropecuária (IPA), a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) e a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Até meados de março os institutos devem consolidar propostas de projetos de pesquisa para as culturas da manga, do melão, da uva, do mamão, do abacaxi e do coco.

Mais informações: Embrapa Mandioca e Fruticultura Tel: (075) 721.2120 Fax (075) 721.1118  

Tema: Produtos Agropecuários\Frutas 

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/