O presidente da Embrapa - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura e do Abastecimento, Alberto Duque Portugal, acredita que nos últimos 30 anos nunca foram reunidas tantas condições favoráveis para a agricultura no Brasil. Segundo Portugal, o governo e vários segmentos da sociedade perceberam que a agricultura precisa receber mais atenção porque possui condições de mudar a economia. "As condições são favoráveis, mas é claro que ainda é necessário traçar as políticas que melhorarão o setor".

Alberto Portugal esteve em Santa Catarina participando do aniversário da Embrapa Suínos e Aves, de Concórdia. O presidente da Embrapa também acompanhou a reunião das comissões de Agricultura das assembléias do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, que discutiu a situação da suinocultura e da pesquisa agropecuária.

Portugal disse que o momento é favorável para a agricultura porque vários segmentos perceberam as virtudes do meio rural. Todos o dinheiro movimentado pelo agronegócio corresponde a 40% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro. Além disso, mesmo com o dólar barato, a agricultura sempre conseguiu nos últimos anos minorar os problemas da balança comercial. "Pode-se citar ainda que o emprego mais barato de ser gerado é o emprego do meio rural", completou Portugal.

O presidente da Embrapa só está preocupado com o corte no orçamento destinado à empresa. Por conta do ajuste fiscal, a Embrapa perdeu recursos importantes que seriam usados em custeio e investimento. Neste momento, a empresa está negociando com o Ministério da Agricultura uma revisão nos recursos que constavam no orçamento e foram retirados. Portugal também acredita que a iniciativa privada deveria reforçar as parcerias com a Embrapa para viabilizar projetos que gerarão novas tecnologias.

Transgênicos

Alberto Portugal foi muito questionado sobre a questão dos transgênicos durante a sua passagem por Concórdia. Segundo ele, a Embrapa é favorável ao desenvolvimento de pesquisas para que o Brasil possua o domínio sobre os transgênicos. "Eu acredito que essa nova tecnologia merece atenção. O Brasil não pode simplesmente ignorá-la e depois ficar para trás". O presidente da Embrapa defende ainda a condição da CNTBio (Conselho Nacional de Biossegurança) como órgão regulador e a rotulagem dos alimentos transgênicos para orientar o consumidor.

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