01/06/99 |

Sistema de previsão de doenças em tomateiros possibilita economia recorde

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A Embrapa Hortaliças (Brasília-DF) desenvolveu o primeiro e único sistema de previsão e aviso para controle de doenças foliares do tomateiro. É um trabalho pioneiro no Brasil que visa o "uso racional da aplicação de defensivos (fungicidas) no controle das principais doenças foliares do tomateiro (requeima, pinta-preta e septoriose). O sistema consiste em um monitoramento da temperatura e da umidade na lavoura, realizado automaticamente por um programa de computador, com auxílio de uma folha artificial, que calcula a possível ocorrência das doenças de acordo com variáveis do ambiente. Assim, o produtor sabe qual fungicida deve aplicar e em qual momento exato deve acontecer a aplicação, racionalizando o uso, reduzindo o número de aplicações e a quantidade dos produtos aplicados.

O trabalho está sendo feito inicialmente em tomateiro para indústria, porém é extensivo também para as mesmas doenças em tomate para mercado de mesa e batata. O nome do sistema de previsão, desenvolvido pelo pesquisador Jorge Roland Menezes dos Santos é "PAST: Sistema de previsão e aviso para Phytophthora infestans (Requeima); Alternaria solani (Pinta-preta) e Septoria lycopersici (Septoriose) em Tomateiro".

O sistema opera por meio de uma estação meteorológica automática e portátil, colocada no interior da lavoura, que registra e armazena diariamente os dados climáticos (temperatura da umidade nas folhas, especialmente o número de horas em que as folhas estão molhadas). Esses dados são avaliados dentro da própria estação meteorológica que roda no seu interior um modelo epidemiológico para cada uma dessas doenças.

O equipamento mostra diariamente em visor digital " um valor", isto é: uma nota diária para cada uma das doenças mencionadas acima. Essa nota (DSV = Valores de Severidade da Doença) varia de "0" (condição não favorável) ate " 4 " (condição altamente favorável). As notas são acumuladas diariamente ate que atinjam um valor limite ("DSV limite") pré estabelecido para a região de cultivo. Para a região de Cristalina/Luziânia, no Cerrado, esse valor é de 18 para requeima e 22 para Pinta-preta. Esse valor limite acumulado define o momento ideal da aplicação do fungicida para cada doença especifica. Quanto melhor forem as condições favoráveis para a epidemia da doença, maior será o DSV do dia, mais rápido o DSV limite atingira o valor pré estabelecido e menor será o intervalo entre as pulverizações. E vice versa. As pulverizações são feitas normalmente com um fungicida de contato (geralmente muito mais barato) e apenas quando o sistema acusar que as condições estão altamente favoráveis para a doença é que é feito pulverização com um produto sistêmico (normalmente muito mais caro).

Com esse sistema esta sendo possível reduzir em torno de 30 % do numero total de pulverizações, tanto de fungicidas de contato como de sistêmico, gerando uma economia da ordem de $ 300,00 / hectare e 25 Kg de fungicidas/hectare em tomateiro industrial na região de Cristalina/Luziânia.

Atualmente são cultivados no Brasil cerca de 20 mil hectares de tomate para industria e mais 40 mil hectares de tomate para mesa por ano. São aplicados sistematicamente cerca de 6 mil toneladas/ano de fungicidas nas lavouras de tomate, só para controle dessas três doenças foliares a um custo de aproximadamente 100 milhões de dólares por ano.

Tendo em vista que esse Sistema de Previsão (PAST) tem potencial para economizar cerca de 30% do volume e do custo de aplicação com fungicidas, isso representaria uma economia potencial da ordem de 30 milhões de dólares por ano e um volume total aproximado de 2,0 mil toneladas a menos de fungicidas nas lavouras de tomate brasileira.

Mais informações: Embrapa Hortaliças Liziane Guazina Assessoria de Imprensa Tel.: (61) 385-9038  

Tema: Produtos Agropecuários\Hortaliças\Tomate 

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