01/06/99 |

Usineiros trocam cana por fruticultura

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Aumentar a percentagem do álcool na gasolina não é a única alternativa para o empresariado da cana-de-açúcar na busca de tirar da crise um setor que fundou o primeiro agronegócio brasileiro, anos depois da chegada dos primeiros europeus ao Brasil: usineiros alagoanos estão pedindo a ajuda da Embrapa e da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado de Alagoas S/A (EPEAL), para trocarem a cana pela fruticultura irrigada.

A Usina Seresta, com 11.000 hectares plantados de cana, e a Usina Capricho, com 8.000 ha, - nas microrregiões de Serrana dos Quilombos e São Miguel dos Campos - são as duas primeiras grandes usinas do Estado a romperem com a secular monocultura. "Considerando-se o clima de uma forma geral, a maioria das fruteiras tropicais podem ser cultivadas na região com grande potencial produtivo, especialmente se for levada em consideração a disponibilidade de água para irrigação nas proximidades das áreas visitadas", relata o pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura Antonio Alberto Rocha Oliveira, que visitou a região na semana passada a convite da Cooperativa Regional dos Produtores de Açúcar e Álcool de Alagoas.

Um contrato de cooperação técnica deverá ser assinado entre as entidades representativas dos usineiros, a Embrapa e a EPEAL para que se viabilize, inicialmente, a implantação de plantios-pilotos para identificar as fruteiras que mais se adequam à região. Numa primeira etapa serão disponibilizados cerca de 2.000 hectares para o plantio de fruteiras e olerícolas.

Mão-de-obra

A Embrapa Mandioca e Fruticultura, com sede na Bahia, dispõe de um vasto estoque de tecnologias para as culturas da banana, abacaxi, mamão, manga, maracujá e acerola. É de lá também um trabalho pioneiro na adaptação da citricultura para as condições de solo e clima nordestinos.

A questão da mão-de-obra também já está sendo pensada pelos técnicos e empresários: "treinamento e capacitação serão indispensáveis para o sucesso da implantação de uma fruticultura competitiva no Estado", diz Péricles Vasconcelos Brandão de Almeida, presidente da Associação dos Produtores Rurais do Vale do Paraíba de Alagoas. Uma outra providência recomendada aos usineiros foi a realização de visitas a áreas produtoras de fruteiras tropicais, principalmente pólos de irrigação. A EPEAL deverá estar envolvida mais diretamente na realização desse tipo de atividade.

Mais informações: Embrapa Mandioca e Fruticultura Jornalista Dalmo Oliveira (075) 721-2120  

Tema: Produtos Agropecuários\Frutas 

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