01/08/99 |

Brasil pode exportar coco in natura para a Europa

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Sob uma temperatura de 12ºC, o coco verde pode ser armazenado por cerca de 28 dias sem haver deformação na casca do fruto e perda de qualidade da água. De posse desse resultado de pesquisa da Embrapa Semi-Árido, o Grupo de Coco do Vale do São Francisco (GCV) realiza contatos com empresários italianos e espanhóis para exportar, pela primeira vez no país, frutos "in natura" para a Europa: os 28 dias de armazenamento são o bastante para permitir o transporte em contêiners por via marítima – o que torna a operação viável economicamente.

A abertura do mercado externo ao consumo de frutos de coco, em especial da água, é apontada por Francisco Nunes, presidente do GCV, como essencial ao estabelecimento de preços competitivos para a cultura. Segundo ele, embora haja uma tendência de crescimento do consumo no mercado interno de cerca de 20%-30% ao ano, a perspectiva da produção de coco até o ano 2002, só no Vale do São Francisco, é de 7 milhões e 800 mil frutos por mês. A área plantada nessa região é de 10 mil hectares, mas, atualmente, apenas 2.500 estão produzindo. No Brasil, são 50 mil ha plantados em 14 estados – só 12.500 estão em fase de produção.

O empenho do Grupo de Coco do Vale é para colocar o produto na Europa durante o verão, que acontece de maio a setembro. Países como a Itália chegam a receber 70 milhões de turistas neta época. Até então, a água de coco engarrafada é a forma mais adequada para exportação. Mas, segundo Joston Simão Assis, pesquisador da Embrapa Semi-Árido, o engarrafamento requer o emprego de conservantes ou pasteurização o que torna o produto similar às bebidas industrializadas.

O fruto "in natura", na sua opinião, atende mais às preocupações com saúde e qualidade de vida do consumidor europeu. A água de coco, afirma Joston, apresenta uma composição semelhante à das denominadas bebidas isotônicas utilizadas por desportistas e ginastas para reidratação e reposição de sais. A "grande" vantagem da água do coco sobre estas bebidas é que, além de ser natural, tem ainda em sua composição fósforo, cálcio e magnésio – elementos minerais que não são encontrados na bebida isotônica industrializada. No mês de setembro, o GVC, com apoio da Embrapa e do Sebrae, levarão seus produtos para serem degustados na Feira Del Levanti Campionária General Internationale, que acontece na cidade italiana de Bari.

Francisco Nunes está otimista com a perspectiva de exportação. Ele elogia a agilidade do pesquisador da Embrapa, Joston Simão Assis, ao definir em 45 dias um manejo pós-colheita do coco que está fazendo as negociações com empresários italianos avançarem.

Mais informações: Jornalista Marcelino Ribeiro Tel.: (81) 862.1711  

Tema: Produtos Agropecuários\Matérias Primas\Côco 

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