01/10/99 |

Evento apresenta técnica de dessalinização de água

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"Água salobra – fonte de água potável e alternativas de uso do rejeito da dessalinização". Sobre este tema, a Embrapa Semi-Árido, vinculada ao Ministério da Agricultura e do Abastecimento, vai realizar, na quarta-feira, dia 27 de outubro, dois eventos de transferência de tecnologia (seminário e dia de campo). Em pauta, a discussão sobre a técnica que retira o sal da água e o destino do rejeito em atividades produtivas como a criação de peixes e irrigação de planta forrageira que puxa o sal do solo.

Segundo Everaldo Rocha Porto, pesquisador da Embrapa Semi-Árido e coordenador dos eventos, já são 20 milhões de pessoas afetadas pela falta de água potável, em 1000 municípios da região Nordeste. O uso de recursos hídricos provenientes de fontes de água salobra é uma maneira de enfrentar a escassez de água potável que é um fenômeno de âmbito mundial. Na Califórnia (EUA), se não houver ampliação da oferta de água, em 2010-2015 só vão estar abastecidos 47% da sua população.

Sem degradar

As águas salgadas têm sido cada vez mais utilizadas como fonte de água potável, após passar por processo de dessalinização. No oriente Médio já estão instaladas 36 usinas dessalinizadoras de água. Algumas delas são tão grandes que têm capacidade de processar 180 milhões de água/dia e precisa ser movimentada por usina de energia nuclear. No Nordeste, segundo Everaldo, há apenas 10 anos que a tecnologia está sendo utilizada para abastecer o consumo humano.

O problema da técnica que retira o sal da água, afirma o pesquisador, é o rejeito. De 100 litros, 50 são de água potável e 50 são de rejeito com alta concentração de sal. No Oriente Médio, o destino do rejeito tem sido o mar. No Nordeste brasileiro, tem ido degradar o meio ambiente já que é despejado na superfície do solo sem qualquer tratamento.

O seminário e o dia de campo vão expor a autoridades públicas de âmbito federal, estadual e municipal e técnicos de organizações não governamentais, um sistema experimentado pela Embrapa Semi-Árido, Codevasf e Compesa – empresa de água de Pernambuco – que usa a tecnologia de dessalinização de água e o destino que dá ao rejeito. Ele, no sistema, está tendo três destinos: uma parte dele está indo para tanques onde os sais sofrem uma separação qualitativa; outra parte vai encher tanques onde são criados peixes (tilápias); e, por fim, mais um pouco do rejeito irriga uma planta conhecida como atriplex que, além de ser forrageira, tem a capacidade de retirar o sal do solo. Segundo Everaldo Porto, com essas utilizações do rejeito, busca-se reduzir ao mínimo o impacto da tecnologia sobre o meio ambiente.

Tomada de consciência

O sistema, afirma Everaldo, é uma "contribuição a mais" para resolver o já grave problema de abastecimento de água no Nordeste, em especial da sua área semi-árida. O secretário de Recursos Hídricos do Governo de Pernambuco, Ciro Coelho, vai participar dos eventos que começam às 08h30min, do dia 27/10, com uma palestra do professor Aldo da Cunha Rebouças, da Universidade de São Paulo, sobre a "Potencialidade de água subterrânea nos semi-árido brasileiro". Técnicos do Ministério da Saúde, que mantém programas para dessalinizadores, também vão estar presentes. A hora, garante o pesquisador da Embrapa Semi-Árido, é de uma tomada de consciência da importância dos recursos hídricos e das tecnologias que potencializem o seu uso.

Mais informações: Embrapa Semi-Árido Tel.: (81 862 1711 ramal 234/235 Visite a home page da Embrapa Semi-Árido: http://www.cpatsa.embrapa.br

 

Tema: Atividades Temáticas\Meio Ambiente 

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