Nos dias 17 e 18 de novembro, produtores do oeste baiano estiveram na sede da Embrapa Mandioca e Fruticultura, para receber informações técnicas sobre a cultura da mandioca. Teria sido apenas mais um entre as centenas de treinamentos que a empresa vinculada ao Ministério da Agricultura realiza anualmente se não fosse por um detalhe: vindos de Buritirama e de Muquém do São Francisco, na região de Barreiras, o grupo de 42 pessoas rodou mais de 600 quilômetros de ônibus até Cruz das Almas.

Composto basicamente por representantes de associações de produtores rurais, o grupo foi recrutado pela Agência Oeste do Sebrae-BA, que é responsável pelo atendimento de 34 municípios da região. "Foi além das expectativas dos agricultores e das nossas também", diz o gerente da agência, José Moreira Bonfim, referindo-se ao conteúdo e à qualidade das informações repassadas aos produtores pela equipe técnica de pesquisadores da Embrapa Mandioca e Fruticultura.

A parceria com a Embrapa em ações de transferência de tecnologias e treinamentos agropecuários já tem mais de dois anos, mas começou a se consolidar no início do ano, quando um grupo de gerentes do Sebrae-BA participou de uma série de capacitações, quando a estatal repassou suas experiências de organização e mobilização de agricultores. "O Sebrae está desempenhando um papel importantíssimo na interface entre os agricultores e os resultados de pesquisa obtidos pela Embrapa. Juntos os dois órgãos estão formando um contingente significativo de multiplicadores entre as clientela de agricultores onde eles atuam", diz Joselito da Silva Motta, gerente de Comunicação Empresarial da unidade baiana da Embrapa.

Ao voltar parte de sua missão institucional para a organização e capacitação no meio rural, o Sebrae ocupa a lacuna deixada ao longo dos últimos anos pelas empresas públicas de extensão e assistência técnica rural. A Embrapa, que também aumentou sua atuação nessa área, tem encontrado nos organismos não-governamentais, e outros setores, a parceria ideal, perdida parcialmente com o sucateamento do serviço público de extensão rural brasileiro.

O Sebrae caiu como luva no esforço que a Embrapa realiza em tornar, cada vez mais, o agricultor num pequeno empreendedor rural. "As tecnologias que a empresa desenvolve passaram a ter um perfil agregador de valores da produção básica agrícola. O ideal é que o agricultor brasileiro saia de uma performance amadora ou de subsistência e passe a encarar sua atividade como um negócio - o chamado agronegócio", diz José Eduardo Borges de Carvalho, chefe-adjunto da Embrapa Mandioca e Fruticultura.

Com a cultura da mandioca, os produtores já dispõem de tecnologias capazes de oferecer maior produtividade e, principalmente, mais rentabilidade. É o caso do processamento integral da planta para o fabrico de ração, principalmente indicado na alimentação de rebanhos de bovinos e de caprinos. Os pesquisadores desenvolveram e aprimoraram rações à base de raízes, partindo do fabrico de raspas picotadas, que, depois de desidratadas ao sol podem ser armazenadas para o período da seca.

Da parte aérea (caule e folhas) da mandioca, o agricultor também já pode produzir um feno (forragem) especialmente rico em proteína, açúcares, vitaminas e sais minerais, possuindo quatro vezes mais vitamina C que o limão, e o dobro de vitamina A da alfafa, por exemplo. Esse material também pode ser armazenado por um longo período.

Mais informações: Embrapa Mandioca e Fruticultura Tel.: (75) 721-2120 Visite a home page da Embrapa Mandioca e Fruticultura: http://www.cnpmf.embrapa.br